Declaração Combinada a Nível Mundial em Debate em Maryland
Em Maryland, um debate fervilha sobre a proposta de uma declaração combinada a nível mundial para grupos empresariais unitários. No início de março, a Comissão de Dotações da Câmara dos Deputados de Maryland introduziu uma emenda ao projeto de lei do orçamento (S.B. 362) que, entre outras disposições, inclui uma secção sobre tributação de rendimentos à escala global. A medida obriga todas as corporações que formam grupos empresariais unitários a declararem o rendimento fiscal baseando-se no total dos lucros e prejuízos mundiais.
Enquanto o Senado recusou concordar com as emendas da Câmara, um comité de conferência irá decidir o destino das mesmas nos próximos dias. A proposta detalha as regras para calcular o rendimento combinado mundial, definindo o rendimento modificado de Maryland como a soma dos lucros e perdas de todas as filiais estrangeiras, multiplicado pelo fator de repartição de Maryland.
Esta abordagem poderia resultar num rendimento fiscal inferior no estado. Por exemplo, se uma corporação vender uma grande parte dos seus bens na Alemanha, mas a sua rentabilidade na Alemanha for menor do que em Maryland, o seu rendimento modificado em Maryland seria menor do que o rendimento apurável pelo sistema atual.
Os legisladores que consideram a declaração combinada a nível mundial por vezes partem do pressuposto erróneo de que todas as corporações praticam a transferência de lucros para jurisdições com tributação mais baixa. Contudo, a maioria das atividades empresariais no estrangeiro representa negócios legítimos e não apenas a movimentação de lucros.
Potencial Impacto na Rendibilidade Fiscal
A aplicação desta medida poderá aumentar a complexidade e os custos de transação para as corporações no estado, sem garantia de um aumento significativo nas receitas fiscais. As estimativas de receita são incertas e podem até ser negativas, especialmente se a rentabilidade média das subsidiárias estrangeiras for inferior à das corporações domésticas.
Além disso, não está claro se os impostos pagos às autoridades fiscais estrangeiras seriam adequadamente contabilizados e creditados por Maryland ou qualquer outro estado dos EUA que considere implementar a declaração combinada a nível mundial. Vários estados, incluindo Minnesota, New Hampshire e Vermont, consideraram esta forma de tributação mas acabaram por abandonar a ideia.
Se adotadas, as emendas propostas entrarão em vigor em janeiro de 2028. A medida poderá aumentar as coletas do imposto sobre o rendimento das empresas em cerca de 13-15% e as receitas totais do fundo geral em menos de 1%. Contudo, os efeitos na rendibilidade fiscal permanecem uma questão aberta.