Violações da privacidade levam jornalista das redes sociais a tribunal
O jornalista das redes sociais de origem turco-cipriota, Serdinc Maypa, compareceu em tribunal na sexta-feira, acusado de violar o direito à privacidade das pessoas. Maypa, que conquistou uma grande base de seguidores nas redes sociais no norte ao publicar suas descobertas e fazer acusações no Facebook e Instagram, foi alvo de cinco queixas separadas apresentadas à polícia por violações da privacidade.
As queixas foram feitas por oficiais da autoridade elétrica do norte, Kib-Tek, pela associação de construtores de edifícios do Chipre Turco, pelo Banco de Desenvolvimento e por duas companhias de seguros distintas. Em tribunal, um representante da polícia declarou que uma busca na casa de Maypa resultou na descoberta de um documento de 1000 páginas contendo dados de pessoas que contraíram Covid-19.
Maypa também foi interrogado sobre os vários documentos que partilhou em transmissões ao vivo nas redes sociais e disse: “Sei que o que fiz é crime, mas fiz pelo meu país”. Questionado sobre como obteve os documentos, ele respondeu que “as cegonhas os trouxeram“.
O representante da polícia informou que três telemóveis, 226 documentos diferentes, dois portáteis, um cofre e um dispositivo de gravação foram encontrados e apreendidos como prova. Maypa ficou detido preventivamente por três dias. Anteriormente, ao entrar no complexo do tribunal no norte de Nicósia, ele disse: “tudo vai mudar neste país depois que eu for libertado”. Fez também referência às suas “tentativas de revelar o tráfico humano“.
No entanto, ao mesmo tempo, foi alegado que o próprio Maypa poderia estar envolvido no comércio de tráfico humano. Este caso complexo continua a desenvolver-se e as repercussões para Maypa e para os envolvidos nas alegações ainda estão por determinar. O processo judicial segue em curso, com a comunidade local e internacional atentas ao desenrolar dos eventos.