Navios com 332 toneladas de alimentos a caminho de Gaza
Navios com 332 toneladas de alimentos para Gaza deixaram o porto de Larnaca, em Chipre, no final da tarde de ontem, num comboio que chegará ao enclave sitiado no início da próxima semana, informaram as autoridades. Este é o segundo carregamento este mês, depois de Israel ter levantado um bloqueio naval de 17 anos a Gaza para permitir a entrada de ajuda de Chipre, providenciada pela caridade norte-americana World Central Kitchen (WCK) para os palestinianos famintos.
A ajuda será transportada para Gaza num navio de carga e numa barcaça rebocada por um navio de salvamento, juntamente com um rebocador que transporta uma equipa de apoio numa viagem que durará cerca de 60 horas, informou um oficial cipriota à Reuters. As autoridades cipriotas estabeleceram, em cooperação com Israel, um corredor marítimo para facilitar as cargas pré-examinadas que chegam diretamente a Gaza.
A WCK, que tem estado ativa em Gaza há meses, organizou a missão com a caridade espanhola Open Arms, com financiamento principalmente dos Emirados Árabes Unidos e apoio das autoridades cipriotas.
Na sua primeira missão, no início de março, construiu um cais improvisado a partir de escombros para descarregar quase 200 toneladas de alimentos no enclave, que não possui instalações portuárias. O comboio de sábado inclui duas empilhadoras e um guindaste para auxiliar nas futuras entregas marítimas, bem como uma equipa para operar o guindaste.
Separadamente, os Estados Unidos planeiam construir um cais flutuante ao largo de Gaza para receber ajuda. A data prevista para conclusão é 1 de maio, mas poderá estar pronto por volta de 15 de abril, disse o Presidente cipriota Nikos Christodoulides na sexta-feira à noite, citando informações recebidas de oficiais norte-americanos durante a semana.
As Nações Unidas alertaram que a fome é iminente no norte da Faixa de Gaza, onde 300.000 pessoas estão encurraladas pelos combates. Mais de metade da população de Gaza, que é de 2,3 milhões, poderá enfrentar a fome até julho.
As agências de ajuda dizem que os alimentos entregues por mar a Gaza, embora bem-vindos, não conseguem satisfazer as necessidades das pessoas e têm instado Israel a permitir mais ajuda por terra. Oficiais da ONU acusaram Israel de bloquear o fornecimento de suprimentos humanitários a Gaza. Oficiais israelitas rejeitam essas acusações e afirmam que a entrega da ajuda uma vez dentro do território é responsabilidade das agências da ONU e humanitárias.