O Impacto dos Aumentos de Impostos na Economia dos EUA
Num discurso marcante, o Presidente Biden delineou uma série de propostas fiscais que poderiam alterar significativamente a paisagem tributária nos Estados Unidos. Com um foco em reduzir o déficit federal em cerca de 3 triliões de dólares, o presidente sugeriu aumentos de impostos que financiariam programas ambiciosos, tais como créditos fiscais mensais para ajudar proprietários de casas com pagamentos hipotecários elevados, subsídios para cuidados infantis e a redução do custo de medicamentos prescritos.
Uma das mudanças mais notáveis seria no imposto sobre ganhos de capital, que, se aprovada, elevaria a taxa máxima para 49,9%, um valor considerado excepcionalmente alto em comparação com as normas da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE). Esta medida, segundo a Fundação Fiscal, poderia posicionar os Estados Unidos além das normas internacionais.
No entanto, é a proposta de aumento do imposto sobre as empresas que a Fundação Fiscal classifica como a mais prejudicial ao crescimento económico. A proposta orçamental prevê aumentar a taxa de imposto corporativo de 21% para 28%, revertendo uma parte importante da reforma fiscal de 2017 do ex-Presidente Donald Trump. Além disso, propõe-se aumentar os impostos sobre os lucros estrangeiros das empresas norte-americanas para 21%, quase o dobro da taxa atual de 10,5%.
Estes aumentos dos impostos às corporações seriam o principal fator de impacto negativo na economia, podendo reduzir o Produto Interno Bruto (PIB) nacional em 0,9%, os salários em 0,8% e o número de empregos equivalentes a tempo inteiro em 192.000, segundo estudos. A análise também destaca que as estimativas económicas provavelmente subestimam os efeitos do orçamento, pois excluem dois novos e significativos aumentos de impostos para grandes rendimentos e corporações multinacionais.
Apesar das intenções do presidente em abordar a dívida pública e financiar programas sociais, as propostas enfrentam um caminho difícil no Congresso profundamente dividido e são quase certamente rejeitadas pelos Republicanos que controlam a Câmara.




