Acusações de Fraude Eleitoral na Grécia
Numa reviravolta política significativa, o procurador do Supremo Tribunal da Grécia recomendou a acusação de 11 legisladores de extrema-direita por terem enganado os eleitores nas eleições nacionais de junho de 2023. Segundo a agência de notícias de Atenas, os parlamentares são suspeitos de terem recebido orientações de Ilias Kasidiaris, um político atualmente preso, durante a campanha eleitoral.
Os legisladores foram eleitos pelo partido Spartans, mas quatro deles agora atuam como independentes, incluindo dois que deixaram o partido na quinta-feira. Se a eleição dos deputados for anulada, como resultado das acusações e do subsequente julgamento, os seus lugares poderão ser distribuídos por outros partidos no parlamento de 300 assentos.
A popularidade do partido Spartans era mínima antes das eleições de junho de 2023, até que Kasidiaris, que cumpre pena por seu papel de liderança no proibido partido Aurora Dourada, o endossou de sua cela. A investigação do procurador descobriu que o verdadeiro líder dos Spartans era Kasidiaris e não o líder oficial Vassilios Stigas, cuja denúncia sobre atos ilegais dentro do partido desencadeou a investigação.
De acordo com a lei grega, partidos não podem concorrer em eleições se os seus “verdadeiros líderes”, e não apenas os seus representantes oficiais, foram condenados por crimes que acarretam pena de até prisão perpétua. Kasidiaris deverá ser acusado, conforme informado pela ANA, citando a ordem do procurador. Por meio de uma declaração de sua advogada Vaso Pantazi, Kasidiaris negou qualquer irregularidade, classificando o caso como “uma piada”.
George Manousos, um dos legisladores que renunciou na quinta-feira, expressou em declaração ao parlamento que manteve-se no grupo parlamentar dos Spartans acreditando na justiça grega para desconsiderar as falsas acusações. Ioannis Dimitrokallis também renunciou, alegando que as acusações criminais o tornaram injustamente responsável perante as autoridades judiciais pelo crime de enganar os eleitores.
Vassilios Stigas apelou aos seus legisladores para permanecerem unidos e afirmou que o partido Spartans estava sendo alvo de perseguição. Um tribunal eleitoral deverá emitir um parecer sobre o caso até junho, conforme relatado pelo jornal Kathimerini, o que também poderá afetar o partido antes das eleições para o Parlamento Europeu no mesmo mês.
