Desafios na Atividade de Fabrico de Chips da Intel
As ações da Intel (INTC.O) sofreram uma queda de 5% na quarta-feira, refletindo as crescentes preocupações dos investidores com as perdas na produção de chips por contrato. A unidade de fundição da gigante tecnológica reportou perdas operacionais de 7 mil milhões de dólares em 2023, um aumento significativo em relação aos 5,2 mil milhões de dólares do ano anterior. Esta tendência negativa sugere que a empresa poderá levar anos até alcançar a rentabilidade da Taiwan Semiconductor Manufacturing Co. (2330.TW), atual líder do setor.
A divulgação detalhada das finanças da unidade de fundição na terça-feira à noite revelou que a Intel está a enfrentar um caminho árduo para recuperar a sua posição como fabricante dominante de chips de última geração. O analista Stacy Rasgon, da Bernstein, comentou que “as economias de fundição esperavam-se más, e realmente são”, antecipando “vários anos de ventos contrários substanciais ainda pela frente”.
A Intel está a caminho de perder mais de 9 mil milhões de dólares em valor de mercado, caso as perdas pré-mercado se mantenham. Para recuperar o terreno perdido para a TSMC, a fabricante norte-americana de chips tem investido biliões de dólares, incluindo um plano de despesas de 100 mil milhões de dólares em fábricas distribuídas por quatro estados nos Estados Unidos, com o apoio parcial do US Chips Act.
O CEO da Intel, Pat Gelsinger, previu que as perdas operacionais da sua unidade de fabrico de chips por contrato atingirão o pico em 2024, esperando atingir o ponto de equilíbrio por volta de 2027. Esta unidade representou cerca de 35% da receita líquida total da Intel em 2023. A empresa espera que o negócio de fundição atinja uma margem bruta de cerca de 40% até 2030, ainda abaixo da margem de 53% reportada pela TSMC no quarto trimestre de 2023.
A receita da TSMC no último trimestre de 2023 foi substancialmente maior, atingindo T$625.5 mil milhões ($19.52 mil milhões), comparativamente aos $18.9 mil milhões em vendas da unidade de fundição da Intel no mesmo ano. Gelsinger reconheceu que o negócio foi prejudicado por erros anteriores, incluindo a decisão contra o uso das máquinas de ultravioleta extremo (EUV) da empresa holandesa ASML (ASML.AS), uma tecnologia que a Intel agora adotou.




