Desafios na Proteção do Patrimônio Arqueológico Peruano
Leandro Rivera descobriu uma gruta na região de Nazca, no Peru, com artefactos pré-hispânicos, incluindo corpos humanos com cabeças alongadas e três dedos em cada mão. Este achado desencadeou uma série de eventos que culminaram na sua condenação em 2022. Rivera foi condenado por agressão a monumentos públicos por ter escavado os artefactos, que acabaram no México e deram origem a debates sobre OVNIs.
A região de Nazca é conhecida pelos seus geoglifos antigos e pelas salinas que preservam restos mortais, mas também atrai saqueadores de túmulos. Rivera, que recebeu uma pena suspensa de quatro anos e uma multa de cerca de 20.000 soles peruanos, afirmou ter removido até 200 conjuntos de restos mortais da gruta, com alguns a serem contrabandeados para França, Espanha e Rússia.
O tráfico ilícito de artefactos arqueológicos é um problema crescente, exacerbado pela pandemia da COVID-19, que viu um aumento no comércio online de bens culturais. As redes sociais tornaram-se plataformas para a venda de obras de arte e antiguidades de origem ilegal, segundo Enrique Lopez-Hurtado, ex-coordenador do setor cultural da UNESCO Peru.
Os esforços do Ministério da Cultura do Peru para combater o tráfico incluem a formação de uma força-tarefa com a polícia e outras entidades governamentais. No entanto, a redução do pessoal durante a pandemia colocou em risco locais culturais isolados, anteriormente protegidos por comunidades locais.
As autoridades peruanas enfrentam desafios significativos para impedir a saída de itens saqueados do país. No Aeroporto Internacional de Lima, especialistas do ministério da cultura monitorizam pontos de segurança para material cultural suspeito. Apesar dos esforços educacionais junto dos vendedores em áreas turísticas, que contribuíram para a diminuição das apreensões, o tráfico persiste.
Repatriar restos mortais contrabandeados requer extensa diplomacia e documentação que comprove sua origem e significado cultural. Recentemente, funcionários da DHL interceptaram um crânio humano destinado aos EUA e a polícia intercetou uma múmia a caminho da Bolívia.
Enquanto isso, um grupo de pesquisadores da Universidade Nacional San Luis Gonzaga de Ica mantém-se num impasse com o ministério da cultura pelo acesso a corpos que Rivera afirma ter recuperado. O debate sobre a proteção do património arqueológico peruano continua, à medida que especialistas e autoridades buscam soluções para este problema persistente.