Avanços e Desafios na Cobrança de Impostos
No último ano, as autoridades fiscais registaram um aumento significativo na cobrança de impostos, com um acréscimo de 700 milhões de euros em relação a 2022, anunciou o Departamento Fiscal na quinta-feira. O Comissário Fiscal Sotiris Markidis destacou perante os deputados que, em 2023, foram arrecadados um total de 6,7 mil milhões de euros em impostos, comparativamente aos 6 mil milhões de 2022.
Markidis atribuiu parte deste aumento não só à melhoria da economia e à subida dos preços, mas também ao esforço do Departamento Fiscal e à implementação de um novo mecanismo. O comissário mencionou que um novo sistema de software, que se espera estar totalmente operacional até 2025, deverá melhorar a automatização e a eficácia na cobrança de impostos.
A discussão no parlamento surgiu após o auditor-geral ter divulgado o seu relatório sobre o Departamento Fiscal para o ano fiscal de 2022, revelando que o estado tem a receber 2,5 mil milhões de euros em impostos, sendo que 1,1 mil milhões são considerados de cobrança duvidosa.
Apesar das afirmações de Markidis de que as autoridades fiscais estão a fazer o melhor possível, o auditor-geral Odysseas Michaelides apresentou uma perspectiva crítica, apontando que o Departamento Fiscal tem processado centenas de milhares de declarações fiscais sem as verificações adequadas, confiando apenas nas declarações dos contribuintes. Em resposta, Markidis defendeu que tal visão é uma simplificação excessiva do processo.
Michaelides também instou o Departamento Fiscal a focar-se em empresas consideradas de ‘alto risco’, que apesar de parecerem ativas com base nos dados do IVA, não entregam as declarações fiscais. Markidis reconheceu a necessidade de melhorar a tecnologia para enfrentar tais desafios, destacando a importância da automatização e modernização dos sistemas para gerir eficazmente os contribuintes.
O sistema informático atual, avaliado em cerca de 30 milhões de euros, é adequado para fins de tributação indireta. Até 2025, espera-se concluir a implementação do novo sistema. Markidis também enfatizou que foram impostos adicionais 500 milhões de euros em impostos, enquanto foram concedidos 150 milhões de euros em reembolsos fiscais a indivíduos e empresas.
Para fortalecer a dissuasão contra atrasos fiscais, Markidis considera imperativo que as penalidades sejam mais severas, sugerindo multas automáticas para empresas que não cumpram os prazos de entrega das declarações fiscais.
Por fim, a deputada do Akel, Irini Charalambidou, salientou que a informatização é fundamental para as autoridades fiscais e defendeu uma modernização do estado que permita acessar todas as informações necessárias através do número do cartão de identidade.