Debate sobre a Reforma Fiscal e Financiamento da Defesa em Lituânia
Em meio a discussões sobre o imposto sobre as sociedades na Lituânia, o economista Mačiulis destacou a volatilidade das receitas tributárias corporativas, especialmente em ciclos econômicos desafiadores. Segundo ele, em períodos de menor lucratividade, empresas podem otimizar impostos e realocá-los para fora do país. Mačiulis defende a abolição de benefícios fiscais, apesar do insucesso de tentativas anteriores de reforma fiscal, sugerindo que um aumento no financiamento da defesa para 3% ou 4% do PIB poderia dificultar a argumentação contra tal medida.
Comunidades empresariais e associações concordam que um aumento de 1% no IVA e no imposto sobre as sociedades poderia ser uma solução simples, sem a necessidade de buscar um compromisso para abolir os benefícios fiscais. Mačiulis também defende que o governo deve ser ousado ao tomar empréstimos para defesa, argumentando que, diante de medidas que poderiam aumentar significativamente a segurança da Lituânia, o endividamento seria um dos melhores instrumentos.
O economista aponta que, com a iminente aplicação das regras de disciplina fiscal da UE, que limitam o déficit orçamentário a 3% do PIB, a Lituânia não precisaria se adequar se houvesse uma decisão clara sobre a necessidade desses fundos adicionais no sistema de defesa nacional. Ele sugere que a Comissão Europeia poderia aceitar um déficit orçamentário maior se fosse para fortalecer a defesa.
Mačiulis critica a política de consolidação fiscal da Alemanha e as novas taxas da Estônia, argumentando que, em um período de estagnação e “semi-recessão” na Europa, é necessária uma “forte política fiscal contracíclica” que não apenas aumente a segurança física do país, mas também atraia mais investimentos.
Na busca por financiamento adicional para a defesa nacional no próximo ano, foram apresentadas quatro opções. Uma delas prevê arrecadar €420 milhões com o aumento de um ponto percentual no IVA e no imposto sobre as sociedades. Outra proposta sugere aumentar o imposto sobre as sociedades em dois pontos percentuais e alocar parte do imposto de renda pessoal para os municípios com finalidades de defesa.
Grupos de oposição no Seimas (parlamento lituano) apresentaram propostas para financiamento adicional da defesa, incluindo a introdução de um imposto sobre a riqueza dos bancos, títulos de defesa, aumento do imposto sobre as sociedades e redução da economia paralela. Para unir a sociedade e incentivar os políticos a chegarem a um acordo rápido sobre a alocação de 4% do PIB para defesa, empresas e organizações lituanas civicamente engajadas estão se juntando à iniciativa “4 Percent”.