Manifestantes Reúnem-se em Limassol em Protesto Contra Racismo e Ação Policial
Centenas de manifestantes reuniram-se em Limassol, no sábado, numa demonstração de repúdio ao racismo e à ação policial que levou à morte de Anis Rahman, um cidadão de Bangladesh. O protesto ocorreu no exterior do apartamento onde Rahman, na tentativa desesperada de escapar de uma rusga policial, saltou para a morte.
Equipados com equipamento anti-motim e com o canhão de água Aiantas em prontidão, os manifestantes entoaram palavras de “fúria e tristeza”, lamentando a perda de Anis. Os protestantes criticaram o que consideram ser uma política de dois pesos e duas medidas por parte do Estado, que atribui ‘passaportes dourados’ a criminosos enquanto estrangeiros pobres vivem atemorizados.
A morte de Rahman ocorreu na quarta-feira, após a polícia invadir o apartamento onde vivia no quinto andar. Relatos contraditórios surgiram sobre o incidente. A polícia alega que tinha consentimento para entrar no apartamento e que não necessitava de mandado de busca. No entanto, novos testemunhos contestam essa versão, afirmando que a polícia arrombou a porta e algemou pessoas antes de partir para outra porta de um quarto.
Com as recentes alegações, os manifestantes afirmam que a morte de Rahman não foi nada menos do que um “assassinío do governo“. Um amigo cipriota de Rahman descreveu-o como “o rapaz mais doce que já passou pela cidade velha”, e partilhou como Anis brincava dizendo que era da aldeia de Pachna porque queria tornar-se cipriota. Ele também ajudava seus amigos de Bangladesh a aprender grego, respondendo-lhes nessa língua.
“Ele saltou porque tinha esperança”, disse o amigo, referindo-se ao facto de que os papéis de Rahman estavam sendo processados. “Como é que sua mãe vai ter seu filho de volta? Sinto vergonha de ser cipriota.”
No total, 11 cidadãos de Bangladesh viviam no apartamento, que havia sido classificado como perigoso. A polícia ainda não fez anúncios sobre a investigação do proprietário que alugou o apartamento por €2,000. Enquanto a polícia afirmava que Rahman tinha 23 anos, seus amigos insistem que ele tinha apenas 19. A força policial também declarou que todos os indivíduos viviam ilegalmente em Chipre.
O protesto começou fora do apartamento de Rahman e seguiu para a estação da polícia CID de Limassol, onde se acredita que alguns dos colegas de apartamento de Rahman estejam detidos. Um jovem de 22 anos, que também saltou do apartamento com Rahman, foi hospitalizado na quarta-feira com fraturas graves pelo corpo. Os manifestantes expressaram preocupação com a falta de informações sobre o estado de saúde dele, questionando: “Ele está vivo?”