Ataque iraniano e suas consequências para Chipre
Em declarações recentes no Fórum de Delphi, na Grécia, o Ministro dos Negócios Estrangeiros de Chipre, Constantinos Kombos, expressou preocupação com um potencial ataque iraniano a Israel e as consequências que tal ação poderia ter para Chipre. Kombos destacou que um ataque direto do Irão a Israel representaria uma mudança de paradigma, afetando não só a postura operacional e política de Chipre, mas também as repercussões em toda a região mais ampla.
Segundo o ministro, a previsibilidade que outrora existia como pano de fundo para lidar com crises já não se verifica, o que complica a preparação para possíveis eventualidades. Kombos enfatizou a necessidade de agir com grande rapidez, dado que o tempo diplomático e político está cada vez mais comprimido.
Ao mesmo tempo, Kombos explicou que uma reação do Irão significaria uma escalada e expansão da crise no Médio Oriente da pior forma possível. “A mensagem que queremos transmitir é de contenção”, disse o ministro, sublinhando que as consequências de tal escalada seriam imprevisíveis.
“Como República de Chipre, somos diretamente afetados por isto de várias maneiras”, afirmou Kombos. Ele mencionou a possibilidade de necessidade de evacuação de nacionais de terceiros países da região, para o qual Chipre pode ter que ativar o Plano Nacional ‘Estia’, uma eventualidade para a qual já se encontra preparado.
Outra preocupação significativa para Chipre é a possibilidade de fluxos migratórios. Kombos fez questão de distinguir entre as evacuações para repatriar nacionais de terceiros países e os fluxos de refugiados que podem resultar de tal escalada. O problema dos fluxos de refugiados é particularmente complexo para Chipre, que tem visto um aumento significativo no número de chegadas da Síria. Apesar dos progressos na gestão de pedidos de asilo, os elevados números estão a reverter os resultados positivos.
Por essa razão, Chipre tem feito um esforço sistemático para encontrar uma solução, incluindo uma recente visita do Presidente ao Líbano. “O problema da migração é comum a Chipre e ao Líbano; portanto, a solução deve ser comum, com a contribuição da UE”, disse Kombos.
O ministro destacou ainda que o objetivo do governo atual é ampliar a pegada diplomática da República de Chipre, para que o país não seja visto apenas por uma única questão, mas também trabalhe em benefício da questão nacional do país, que é existencial.
