Parceria entre aquários visa salvar crias de lontra-marinha na Califórnia
O Aquário do Pacífico, em Long Beach, está a estabelecer uma parceria com o Aquário da Baía de Monterey para juntar as crias a mães de lontra marinha substitutas, a fim de lhes ensinar competências para a vida e devolvê-las à natureza. Todos os anos, cerca de 10 a 15 crias de lontra-marinha são encontradas encalhadas ao largo da costa da Califórnia, muitas vezes devido a tempestades que separam a mãe das crias.
Como parte do programa, o aquário já conseguiu que uma mãe substituta chamada Ellie se ligasse a uma cria ainda sem nome. “Essa mãe vai ensinar-lhes todos os comportamentos que nós, enquanto humanos, não podemos ensinar”, explicou Megan Smylie, gestora do programa de lontras-marinhas no Aquário do Pacífico.
A lontra-marinha adulta começará a imitar comportamentos que a cria deve aprender, ajudando-a na higiene pessoal, na procura de alimento e na manipulação de presas, como abrir conchas – habilidades essenciais para a sua sobrevivência na natureza.
As lontras-marinhas da Califórnia são uma espécie protegida. Após serem caçadas implacavelmente pela sua pelagem única – possuem o pelo mais denso de qualquer animal, com até um milhão de fios por polegada quadrada – pensou-se que estavam extintas até que uma colónia de 50 foi encontrada na costa de Big Sur nos anos 1930.
Atualmente, o número ronda os 3.000 indivíduos, mas são necessários mais para não só garantir a sobrevivência da espécie como também para proteger os ecossistemas costeiros da Califórnia. “Elas são um predador crítico nesse sistema que mantém herbívoros como ouriços-do-mar sob controlo para que não se reproduzam em excesso e destruam florestas de algas e prados de ervas marinhas”, disse Brett Long, diretor sénior no Aquário do Pacífico.
Os ecossistemas de ervas marinhas e algas são reconhecidos por criar biodiversidade, proteger contra eventos climáticos e ser uma ferramenta poderosa na sequestro de carbono. As lontras-marinhas podem parecer extremamente fofas e amigáveis, mas Long também diz que são muito territoriais e são “basicamente um glutão na água”.
Os seus hábitos alimentares são dispendiosos, pois consomem 25% do seu peso corporal todos os dias em frutos do mar de qualidade de restaurante. Assim, uma lontra de 20 kg come entre 4,5 a 5,4 kg de marisco por dia. Isso significa que alimentar uma lontra custa ao aquário 40.000 dólares por ano, exigindo angariação de fundos constante.
Os dois aquários já resgataram oito crias encalhadas e esperam que outras organizações se juntem ao esforço para aumentar a população na natureza e proteger o ecossistema costeiro da Califórnia. “Este é um propósito maior”, disse Long. “Este é um desafio maior. Por isso investimos e investimos muito mas agora todos aprendemos e apreciamos o quão incrível é ver uma lontra juvenil sobreviver na natureza.”
