Desafios no Horizonte para o Regime Nacional de Saúde de Chipre
Um recente relatório de avaliação do regime nacional de saúde de Chipre, conhecido como Gesy, trouxe à tona preocupações significativas que podem comprometer a viabilidade do sistema a médio prazo. O relatório destacou a sobreutilização dos serviços de saúde, exacerbada pela gratuidade dos mesmos, como uma das principais falhas do esquema.
Os pacientes, sem enfrentarem custos adicionais, passaram a demandar tratamentos e exames médicos para qualquer pequeno incômodo, criando uma cultura de direito onde testes desnecessários e encaminhamentos para especialistas são frequentemente exigidos. Esta atitude “orientada pelo paciente” ignora os custos financeiros envolvidos, segundo o documento.
A consequência dessa
O relatório também aponta que hospitais privados dentro do Gesy tendem a encaminhar pacientes com condições patológicas para hospitais estatais, optando por procedimentos cirúrgicos que geram maior remuneração. A falta de controles adequados por parte da Organização de Seguros de Saúde (HIO), que administra o regime, contribuiu para transformar o Gesy em uma “vaca leiteira” explorada por todos os envolvidos.
A atribuição da sobreutilização dos serviços de saúde à falta de uma cultura de saúde adequada e à educação insuficiente dos pacientes coloca pressão financeira sobre o sistema e contribui para longas listas de espera. O relatório sugere que educar os pacientes e estabelecer uma cultura de saúde adequada poderia levar anos, um luxo que o Gesy pode não ter se os fundos se esgotarem.
Para evitar o esgotamento dos recursos do Gesy, o governo pode precisar impor taxas mais altas para ações médicas e encaminhamentos. Embora controversa, essa medida visa preservar a viabilidade do regime, evitar o aumento das contribuições mensais e reduzir as listas de espera. A mudança na cultura de direito pode ser alcançada quando há um custo associado a ela.