Suspensão dos Pedidos de Asilo em Chipre
Numa medida que reflete a crescente preocupação com o aumento das chegadas de migrantes, Chipre ativou o seu ‘Plano B’, suspendendo a análise de pedidos de asilo de nacionais sírios. Fontes competentes confirmaram à Cyprus News Agency, no domingo, que esta ação é legal e parte de um plano estratégico para lidar com a situação migratória.
As autoridades cipriotas já comunicaram esta decisão à Direção-Geral relevante da Comissão Europeia. Paralelamente, está prevista a realização de uma conferência em Chipre, com Estados-membros que apoiam o pedido do país para designar algumas áreas da Síria como seguras. Isso permitiria a rejeição de pedidos de asilo e, potencialmente, a repatriação dos requerentes.
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Chipre tem sido considerado um destino atrativo para migrantes, e estas medidas têm como objetivo criar desincentivos. No entanto, designar áreas da Síria como seguras é uma tarefa complexa, pois requer decisão do Conselho Europeu (Estados-membros), e alguns Estados não reconhecem o regime de Bashar al-Assad, mostrando-se relutantes em negociar com ele para estabelecer um mecanismo de retorno.
Apesar de um acordo de retorno com o Líbano ter sido assinado em 2022, este país aceitou retornos apenas algumas vezes e recentemente declarou que não aceitará mais.
A fonte informou à CNA que existe um plano de ação que será implementado conforme os desenvolvimentos, podendo ser ativado por etapas. Segundo dados do ministério do interior, o total de chegadas este ano (via norte e por mar) até 13 de abril atingiu 3.681, um ligeiro aumento em relação aos 3.522 no período de janeiro a abril de 2023. No entanto, registou-se um pico nas chegadas por mar, que até 13 de abril deste ano chegaram a 2.698, comparativamente a apenas 180 chegadas no mesmo período do ano passado.
Com a ativação do Plano B, Chipre espera controlar melhor o fluxo de migração, equilibrando as necessidades humanitárias com as capacidades nacionais.