A Expansão do Telegram e o Seu Papel no Conflito Rússia-Ucrânia
Em uma entrevista rara, Pavel Durov, fundador da aplicação de mensagens Telegram, revelou que a plataforma baseada em nuvem e gratuita, que permite aos utilizadores enviar e receber mensagens, chamadas e outros ficheiros, está a espalhar-se como um “incêndio florestal”. Segundo Durov, o Telegram, que atualmente conta com 900 milhões de utilizadores ativos mensais, deverá atingir mil milhões de utilizadores mensais ativos no prazo de um ano.
O empresário nascido na Rússia, que afirmou ter fugido do país em 2014 devido a interferências governamentais numa empresa que fundou, enfatizou que
Desde o início da invasão em grande escala da Ucrânia pela Rússia em 2022, o Telegram tem sido uma ferramenta instrumental para ambos os governos e um local de referência para publicar e aceder a informações não filtradas sobre a guerra. Quase todos os principais meios de comunicação, entidades governamentais e figuras públicas tanto da Rússia quanto da Ucrânia operam canais de conteúdo no Telegram.
O Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskiy, publica os seus discursos em vídeo diários na aplicação, enquanto as suas forças armadas alertam para ataques aéreos e documentam desenvolvimentos no campo de batalha. O Kremlin anuncia as atividades do Presidente Vladimir Putin no Telegram, enquanto a oposição russa se mobiliza em busca de apoio.
Contudo, críticos da aplicação alegam que ela também se tornou uma ferramenta de desinformação e manipulação. Uma proposta de lei apresentada ao parlamento ucraniano em março considera uma regulamentação mais estrita do Telegram e de outras redes sociais. O Kremlin pediu a Durov que fosse mais atento depois da aplicação de mensagens ter sido alegadamente usada para ajudar a recrutar os atiradores que atacaram uma sala de concertos nos arredores de Moscovo em março.
Um dos principais rivais do Telegram, o WhatsApp da Meta Platforms, conta com mais de 2 mil milhões de utilizadores ativos mensais. O Financial Times reportou em março que o Telegram provavelmente visará uma listagem nos EUA assim que a empresa alcançar rentabilidade.