Problema da Droga nas Escolas: Ação Conjunta Necessária
Os deputados foram informados na quarta-feira que mais de 400 estudantes do ensino secundário foram encaminhados para programas de tratamento da toxicodependência nos últimos três anos. O ministro da Justiça, Marios Hartsiotis, destacou na comissão de educação da Câmara que a responsabilidade de lidar com o problema estava a recair sobre a esquadra de drogas da polícia, Ykan, quando, na realidade, os professores também deveriam estar mais envolvidos.
Hartsiotis convidou todos os setores da educação a cooperarem na questão. “De 2021 a 2024, o Ykan encaminhou 420 jovens, na sua maioria estudantes, para programas terapêuticos”, afirmou o ministro. Ele ressaltou que o envolvimento da polícia estava a sobrecarregar as autoridades quando era amplamente conhecido que pais e professores muitas vezes hesitavam em apresentar queixas, seja para proteger seus filhos da lei ou, no caso dos professores, por medo pela sua própria segurança.
A ministra da Educação, Athina Michaelidou, após a reunião da comissão, reconheceu que os professores estavam hesitantes em denunciar o tráfico de drogas nas escolas, mas os dados mostraram que isso está a mudar. “O ministério incentiva os professores a denunciarem qualquer coisa que lhes pareça estranha”, disse ela, acrescentando que uma plataforma eletrónica interna foi agora estabelecida onde incidentes nas escolas podem ser relatados.
Em relação ao relatório sobre o tráfico de drogas fora das escolas primárias, a ministra comentou: “Não ajuda exagerar situações, nem encobri-las.” Além dos problemas com drogas, a delinquência juvenil em geral foi outro problema discutido. O chefe da polícia, Stelios Papatheodorou, destacou que cada escola tem um contato com a polícia para que possam relatar confidencialmente incidentes de drogas ou delinquência.
O MP do Akel, Christos Christofides, destacou que atualmente existe apenas um psicólogo para cada 1.800 alunos. “Penso que isso mostra a quantidade de trabalho que pode ou não ser feito”, disse ele. “Claro que saudamos o facto de o ministério da educação reconhecer o problema, mas esperamos soluções em breve com o pessoal adequado para todos estes serviços chave.”
Enquanto isso, Michaelidou disse que um novo programa de estudo estava sendo preparado para crianças com comportamento delinquente. Christofides criticou a falta de investimento na prevenção. “Não podemos deixar os problemas sociais se desenvolverem e depois correr atrás do problema com gestão, que por melhor que seja não pode lidar com o problema em si”, afirmou.
