Irão pondera mudar doutrina nuclear após ameaças israelitas

18-04-2024

    Escalada de Tensões entre Irão e Israel

    Em declarações recentes, um comandante de alto escalão da Guarda Revolucionária Iraniana apontou que o Irão poderá rever a sua “doutrina nuclear” face às ameaças israelitas. Esta posição surge como resposta aos avisos de Israel, que prometeu retaliação após o ataque com mísseis e drones a 13 de abril, que Teerão afirma ter sido uma resposta a um suposto ataque israelita ao seu complexo da embaixada em Damasco.

    Ahmad Haghtalab, comandante encarregado da segurança nuclear, indicou que as ameaças do regime sionista (Israel) às instalações nucleares iranianas “tornam possível rever a nossa doutrina nuclear e desviar das nossas considerações anteriores”. Estas declarações foram reportadas pela agência de notícias semi-oficial Tasnim.

    O programa nuclear do Irão, que sempre foi declarado como tendo exclusivamente fins pacíficos, está sob o controlo final do Supremo Líder, Ayatollah Ali Khamenei. O Ocidente, contudo, suspeita que o programa tenha propósitos militares. Em 2021, o então ministro da inteligência iraniano sugeriu que a pressão ocidental poderia levar Teerão a procurar armas nucleares, desenvolvimento esse que Khamenei proibiu numa fatwa, ou decreto religioso, no início dos anos 2000.

    “Construir e armazenar bombas nucleares é errado e usar é haram (religiosamente proibido)… Embora tenhamos tecnologia nuclear, o Irão evitou-a firmemente”, reiterou Khamenei em 2019. O ministério das Relações Exteriores do Irão não respondeu imediatamente a um pedido de comentário da Reuters.

    Haghtalab advertiu que, “se o regime sionista quiser agir contra os nossos centros e instalações nucleares, nós certamente e categoricamente revidaremos com mísseis avançados contra os seus próprios sítios nucleares”. As negociações indiretas entre Teerão e Washington para reavivar o pacto nuclear iraniano de 2015 estão paralisadas desde 2022. O acordo visava impedir o Irão de desenvolver uma arma nuclear, exigindo que Teerão aceitasse restrições ao seu programa nuclear e inspeções mais extensivas das Nações Unidas, em troca do fim das sanções da ONU, União Europeia e EUA.

    O acordo, que havia limitado o enriquecimento de urânio do Irão a 3.67%, foi abandonado em 2018 pelo então presidente dos EUA, Donald Trump, que o considerou demasiado generoso para Teerão. Rafael Grossi, chefe da agência de vigilância nuclear da ONU, afirmou em fevereiro que o Irão continuava a enriquecer urânio com pureza de até 60%, muito além do necessário para uso nuclear comercial.

    armas nucleares

    Qual é a doutrina nuclear do Irã face às ameaças de Israel?

    A doutrina nuclear do Irã, embora oficialmente defensiva e focada no uso pacífico da energia, é percebida como uma contramedida às ameaças percebidas de Israel, mantendo ambiguidade sobre suas capacidades ofensivas.

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    Pode o Irão alterar a doutrina das armas nucleares?

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