Demissão no Topo da Inteligência Militar de Israel
O chefe dos serviços secretos militares israelitas, o major-general Aharon Haliva, anunciou a sua demissão na segunda-feira, assumindo a responsabilidade pelas falhas que permitiram o devastador ataque liderado pelo Hamas a Israel no dia 7. O ataque, considerado o mais mortífero na história de Israel, apanhou as forças israelitas de surpresa e resultou em um número sem precedentes de vítimas civis.
Com uma carreira militar de 38 anos, Haliva e outros comandantes seniores reconheceram não ter antecipado nem prevenido o ataque que ceifou a vida de cerca de 1.200 pessoas, entre israelitas e estrangeiros, deixando ainda cerca de 250 reféns em Gaza. “A divisão de inteligência sob o meu comando não esteve à altura da tarefa que nos foi confiada. Tenho carregado esse dia negro comigo desde então”, expressou Haliva na carta de demissão divulgada pelo exército.
Haliva permanecerá no cargo até que um sucessor seja nomeado, enquanto os meios de comunicação israelitas e comentadores antecipam mais demissões após a conclusão da principal campanha militar em Gaza. O ataque do dia 7 abalou profundamente a reputação das forças armadas e dos serviços de inteligência de Israel, que até então eram vistos como quase invencíveis pelos grupos armados palestinianos como o Hamas.
Na sequência do ataque, Israel lançou uma ofensiva contra Gaza que, segundo as autoridades locais de saúde, já resultou na morte de mais de 34.000 palestinianos e deixou o enclave densamente povoado em ruínas.
Enquanto isso, o chefe das forças armadas, Tenente-General Herzi Halevi, e o chefe da agência de inteligência doméstica Shin Bet, Ronen Bar, também aceitaram responsabilidade pelas consequências do ataque, mantendo-se nos seus postos durante a continuação da guerra em Gaza. Em contraste, o Primeiro-Ministro Benjamin Netanyahu ainda não aceitou responsabilidade pelo ataque do dia 7, embora sondagens indiquem que a maioria dos israelitas o considera responsável por não ter feito o suficiente para prevenir ou defender-se contra ele.