Impostos Diretos em Alta: O Impacto no Panorama Fiscal
Numa reviravolta surpreendente, as cobranças de impostos diretos para o ano financeiro de 2023-24 superaram as expectativas, ultrapassando não apenas as Estimativas Orçamentais (EO), mas também as Estimativas Revistas (ER). Este aumento foi impulsionado, em grande parte, pelo desempenho do imposto sobre o rendimento das pessoas singulares (IRS), que, pela primeira vez, excedeu as receitas dos impostos sobre as sociedades.
Apesar da necessidade de uma análise mais detalhada após a divulgação completa dos números fiscais pelo ministério das finanças, alguns pontos cruciais emergem dos números provisórios e das figuras das ER e EO para os anos financeiros de 2024 e 2025. Destacam-se três observações: em nenhum outro período, exceto durante o ano pandémico de 2021, as receitas do IRS superaram as do imposto sobre as sociedades; a robustez nas cobranças do IRS mantém-se mesmo com o enfraquecimento do consumo geral; e a parcela de cobranças de impostos diretos ultrapassou novamente a dos impostos indiretos na receita fiscal bruta do Centro.
Estes indicadores sugerem uma tendência para um sistema tributário mais progressivo, com um aumento da participação dos indivíduos de alta renda no pagamento de impostos. No entanto, levanta-se a questão sobre se a redução da taxa de imposto sobre as sociedades, anunciada em 2019, teve o impacto desejado no estímulo ao investimento privado. Caso contrário, quais seriam as alternativas? Este será certamente um campo importante para a política fiscal nos próximos tempos.
O