Assistência Externa dos EUA a Caminho da Aprovação
O Senado deverá aprovar esta semana milhares de milhões de dólares de ajuda externa à Ucrânia, Israel e Taiwan, após uma sessão inesperada ao sábado pela Câmara dos Representantes ter colocado fim a um impasse que durava há meses. Os legisladores norte-americanos demonstraram um raro consenso ao avançar com o pacote de assistência.
Na terça-feira, o Senado irá debater um conjunto de quatro projetos de lei aprovados pela Câmara, que incluem 61 mil milhões de dólares para a Ucrânia, 26 mil milhões para Israel e 8,12 mil milhões destinados a “contrariar a China comunista” no Indo-Pacífico. Um quarto projeto contempla uma proibição potencial da aplicação de redes sociais TikTok, medidas para a transferência de ativos russos apreendidos para a Ucrânia e novas sanções ao Irão.
Espera-se que o pacote seja aprovado pelo Senado, liderado pelos Democratas, já na terça-feira ao final do dia, seguindo depois para a Casa Branca. O Presidente Joe Biden, do partido Democrata, prometeu assinar rapidamente a legislação. Esta aprovação abrirá caminho para o envio de assistência militar à Ucrânia em questão de dias, reforçando o moral das suas tropas no combate aos invasores russos. Analistas indicam que o influxo de armamento melhorará as chances de Kiev evitar um avanço significativo russo no leste, embora a ajuda fosse mais benéfica se tivesse chegado mais próximo do momento em que foi solicitada por Biden no ano passado.
Não está imediatamente claro como o dinheiro para Israel afetará o conflito em Gaza – Israel já recebe anualmente milhares de milhões de dólares em assistência à segurança dos Estados Unidos. O pacote inclui assistência humanitária, que os apoiantes esperam que ajude os palestinianos em Gaza.
Preocupações Humanitárias
A proposta de lei relativa a Israel foi aprovada na Câmara por uma maioria esmagadora de 366 contra 58 votos – com 21 Republicanos e 37 Democratas a oporem-se. Os votos contrários dos Republicanos vieram de linha-dura que geralmente se opõem à ajuda externa. Os Democratas que votaram contra expressaram o desejo de mais ações para aliviar o impacto humanitário devastador da campanha de Israel em Gaza, em retaliação aos ataques de 7 de outubro pelos combatentes do Hamas que resultaram em 1.200 mortes e cerca de 250 reféns.
O assalto militar israelita que se seguiu aos ataques causou mais de 34.000 mortes em Gaza, segundo as autoridades de saúde locais. A assistência à segurança para a Ucrânia, Israel e o Indo-Pacífico já tinha sido aprovada pelo Senado há mais de dois meses, com o apoio de 70% dos membros da câmara, tanto Republicanos como Democratas.
“A Câmara agiu, agora é a vez do Senado, e a linha de chegada está à vista”, disse Chuck Schumer, líder da maioria Democrata no Senado, após a votação na Câmara. “Aos nossos amigos na Ucrânia, aos nossos aliados na NATO, aos nossos aliados em Israel e aos civis pelo mundo que necessitam de ajuda: tenham a certeza que a América irá entregar mais uma vez.”
A Casa Branca informou que Biden assegurou ao Presidente ucraniano Volodymyr Zelenskiy numa chamada telefónica na segunda-feira que a sua administração fornecerá nova assistência à segurança “para satisfazer as necessidades urgentes da Ucrânia no campo de batalha e na defesa aérea” assim que ele assinar os projetos de lei suplementares. Aides do Congresso indicaram que o financiamento para a Ucrânia inclui 8 mil milhões de dólares em Autoridade de Retirada Presidencial, permitindo que Biden envie equipamento para a Ucrânia a partir dos estoques dos EUA.
A Câmara aprovou o financiamento para a Ucrânia por 311-112 votos, com todos os 112 votos contrários vindos dos Republicanos, muitos dos quais se opõem veementemente à prestação de mais assistência a Kyiv. Apenas 101 Republicanos votaram a favor, forçando o Speaker Mike Johnson a depender do apoio Democrata e provocando chamadas para a sua destituição como líder da Câmara. Contudo, a Câmara partiu para um recesso de uma semana sem desencadear uma votação para remover Johnson.
