Parlamento Europeu Combate o Trabalho Forçado
Numa decisão histórica, o Parlamento Europeu aprovou regras para proibir a venda, importação e exportação de produtos fabricados com recurso a trabalho forçado na UE. Esta medida surge como um eco das preocupações dos legisladores europeus sobre a situação dos direitos humanos na província chinesa de Xinjiang.
As autoridades nacionais dos 27 países membros ou a Comissão Executiva terão poder para investigar produtos suspeitos, cadeias de fornecimento e fabricantes. As investigações preliminares deverão ser concluídas num prazo de 30 dias úteis. Caso se confirme que um produto foi fabricado utilizando trabalho forçado, o mesmo será banido do mercado da UE e as remessas serão interceptadas nas fronteiras do bloco.
A deputada portuguesa Maria-Manuel Leitão-Marques, membro da Aliança dos Socialistas e Democratas no Parlamento, destacou a importância da legislação: “Hoje, em todo o mundo, 28 milhões de pessoas estão presas nas mãos de traficantes humanos e estados que as obrigam a trabalhar por pouco ou nenhum pagamento. A Europa não pode exportar seus valores enquanto importa produtos feitos com trabalho forçado. O fato de a UE finalmente ter uma lei para proibir esses produtos é uma das maiores conquistas deste mandato.”
O projeto de lei foi aprovado com uma expressiva maioria de 555 votos a favor, seis contra e 45 abstenções. Ainda necessita da aprovação dos países da UE para entrar em vigor – um passo final que geralmente é uma formalidade que aprova leis sem alterações. Os países membros terão três anos para começar a aplicar a lei.