O fenómeno “Minerva Red” e o Impacto do Pó Africano em Atenas
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O Professor de Engenharia Ambiental da AUTh, Dimosthenis Sarigiannis, discutiu o fenómeno numa entrevista recente, alertando para a possibilidade de ocorrências mais frequentes. “Há cerca de 15 anos atrás, encontrámos pó africano”, destacou, acrescentando que “agora teremos uma frequência maior desses eventos e mais cedo na temporada de verão”. Segundo o professor, o fenómeno é indicativo de seca e desertificação relativa dos solos, resultando num volume muito maior de partículas.
Sarigiannis também observou que “os padrões de vento mudam à medida que o clima muda, afetando ainda mais a questão do pó africano”. Ele prevê que um episódio semelhante ou até mais intenso é esperado em maio. “Esperamos ver pelo menos mais um novo episódio com pó africano até meados de maio, que poderá ser da mesma intensidade do atual, talvez até mais dependendo das condições climáticas prevalentes”, afirmou.
A preocupação aumenta com a frequência crescente do aparecimento do pó africano, bem como a duração do episódio e o volume de partículas. Sarigiannis enfatizou que “este é um novo elemento e está relacionado com as alterações climáticas”. Ele ressaltou que “o preocupante é que este fardo se soma à poluição por partículas que já temos nos grandes centros urbanos da Grécia, como Atenas, Salónica, Volos, por exemplo, onde a qualidade do ar, objetivamente falando, não é muito boa em relação a partículas”.
O professor acrescentou que “precisamos nos adaptar ao que isso significa, o que significa que o Sistema Nacional de Saúde deve estar preparado para lidar com casos agudos de pessoas que terão problemas”. Ele concluiu dizendo que “temos que tomar medidas de adaptação, para que estejamos prontos para lidar com tais episódios agudos e, por outro lado, fazer um trabalho preventivo real, reduzindo o nível de poluição por partículas em nossas cidades, para que quando uma onda da África chegar em alguns dias, não venha se estabelecer sobre um fundo já elevado de poluição atmosférica”.
O fenómeno, conhecido como “Minerva Red”, pode voltar a ocorrer até meados de maio, alertando para a necessidade de medidas preventivas e adaptativas face às mudanças climáticas e seus impactos na qualidade do ar urbano.