Combate ao Emprego Ilegal em Chipre
Em Chipre, cerca de 8% da força de trabalho, correspondendo a 40.000 pessoas, encontram-se em situação de trabalho não declarado, provocando uma perda anual de receita para o fundo de seguro social na ordem dos 10 milhões de euros, revelou o Ministro do Trabalho Yiannis Panayiotou.
Após uma reunião do gabinete, o ministro anunciou que o governo aprovou um plano para reforçar as medidas de luta contra o trabalho não declarado. Este plano incluirá, quando implementado, um sistema de multas extrajudiciais para empregadores, substituindo o atual regime de multas administrativas. A penalidade por cada infração relativa a emprego ilegal aumentará de 500 para 1.000 euros, valor que será duplicado em caso de reincidência pelo mesmo empregador.
Panayiotou destacou que o trabalho não declarado e ilegal prejudica a concorrência económica saudável, as relações laborais estáveis, a sustentabilidade do sistema de pensões e a gestão dos fluxos migratórios ilegais. O ministro informou que inspeções recentes em quase 3.000 locais de construção e outros negócios, que verificaram 7.935 trabalhadores, identificaram 1.038 em situação de emprego ilegal, o que representa 13% do total de trabalhadores inspecionados em apenas alguns meses.
O governo irá intensificar as inspeções em locais específicos de trabalho e em horários selecionados, além de aumentar as inspeções coordenadas entre o departamento de trabalho e o departamento de migração e registro civil. Será feito um esforço para interligar sistemas de TI disponíveis e bases de dados existentes, otimizando o uso conjunto de dados e informações. O pessoal também será reforçado.
Uma campanha de sensibilização será dirigida a nacionais de países terceiros entre os 17 e os 65 anos que estejam legalmente em Chipre e não estejam identificados como trabalhadores legais. Além disso, os empregadores de trabalhadores não declarados serão investigados por possíveis ligações com traficantes de pessoas.
Panayiotou acrescentou que alterações legislativas necessárias para algumas das medidas serão submetidas à Casa. Uma das propostas legislativas será a criação de um censo digital de todos os empregados, detalhando os seus salários e contribuições para a segurança social. A proposta também incluirá responsabilização do contratante principal e do subcontratante em casos de trabalho não declarado.
O ministro expressou confiança no apoio e cooperação dos parceiros sociais para que os resultados destes esforços sejam substanciais e mutuamente benéficos, enfatizando que o governo está determinado a combater drasticamente esta questão, que será incluída na agenda da próxima reunião do Conselho Consultivo do Trabalho.