Manifestação dos Cipriotas Turcos Contra a Má Gestão Política
Na noite de sexta-feira, centenas de Cipriotas turcos tomaram as ruas em sinal de protesto contra o que descrevem como a má gestão política do norte da ilha. A manifestação foi convocada por uma coalizão de 32 partidos políticos, sindicatos e grupos da sociedade civil. Os manifestantes percorreram a avenida Dereboyu, no coração de Nicósia do Norte, passando pela residência oficial de Ersin Tatar, antes de se reunirem em frente ao edifício do ‘parlamento’.
Os grupos organizadores do protesto expressaram que os Cipriotas turcos estão sendo “cortados até o osso” por uma administração que consideram ser marcada pela má gestão política, corrupção e falta de direção. Durante a marcha, foram entoados cânticos contra a pobreza e acusações de que os “ladrões” no poder “serão responsabilizados”. Além disso, vaias foram ouvidas quando os manifestantes passaram pela residência oficial de Tatar.
Figuras proeminentes da oposição no norte participaram do protesto, incluindo o atual eurodeputado do Akel e candidato à reeleição em junho, Niyazi Kizilyurek, o candidato do Volt Hulusi Kilim, o prefeito turco-cipriota de Nicósia, Mehmet Harmanci, o secretário-geral do partido da oposição CTP, Asim Akansoy, e o líder do partido da oposição TDP, Zeki Celer.
Em declarações ao Cyprus Mail, Kilim ressaltou que “este protesto é sobre o esforço que os Cipriotas turcos estão fazendo na defesa de sua própria vontade política. É um posicionamento contra a corrupção e contra tudo o que está dando errado com o país”. Celer também comentou sobre os graves problemas econômicos enfrentados pela comunidade turco-cipriota e a decisão de levantar a voz contra as autoridades governamentais e políticos.
Após um minuto de silêncio em frente ao ‘parlamento’, em memória das vítimas do terremoto do ano passado na cidade turca de Adiyaman, Selma Eylem, presidente da união dos professores de educação secundária cipriota-turca (Ktoeos), discursou para a multidão. Ela reiterou a mensagem central do protesto e criticou duramente as práticas corruptas na parte norte da ilha.
Eylem concluiu seu discurso com um apelo à retomada das negociações para uma solução para o problema cipriota, enfatizando a luta contínua até que uma solução federal e a adesão à União Europeia sejam alcançadas e o norte da ilha seja reconhecido pelo direito internacional.
