Rejeição unânime de lei controversa na Assembleia
Num movimento que reforça a separação de poderes, o plenário da Assembleia rejeitou por unanimidade a controversa lei que conferiria ao chefe de polícia o poder de nomear um
A lei em questão dizia respeito especificamente a ‘salvadores’ e ‘operadores de guincho’ em aeronaves policiais, que poderiam tornar-se oficiais especializados, sem passar pelos procedimentos normais de contratação ou possuir as qualificações educacionais exigidas para outros candidatos. O chefe de polícia também teria o poder de promover esses chamados oficiais especialistas, sujeito à aprovação do ministro da Justiça e da Ordem Pública, como se isso legitimasse um procedimento irregular.
Curiosamente, a lei é uma versão alterada de uma legislação aprovada pelo legislativo em 2021 e declarada inconstitucional pelo supremo tribunal. As alterações não corrigiram seus aspectos inconstitucionais, argumentou um representante do ministério da justiça durante uma reunião do comitê de assuntos legais da Assembleia na quarta-feira. A lei continha disposições contraditórias e conflitantes, além de conferir ao chefe o poder de favorecer membros específicos da força.
O mais surpreendente é que o legislativo convocou uma sessão plenária extraordinária, mesmo estando em recesso, para votar sobre o encaminhamento do presidente em relação a uma questão considerada incrivelmente trivial. Questiona-se se é realmente urgente e de importância nacional que o chefe de polícia possa nomear e promover ‘operadores de guincho’ e salvadores. Será que esse poder tornaria a força policial mais eficaz e fortaleceria a aplicação da lei?
Com favoritismo já existente na força, não parece razoável dar ao chefe de polícia uma desculpa para praticá-lo abertamente. A abordagem mais racional seria treinar alguns dos atuais oficiais como ‘operadores de guincho’ e ‘salvadores’, eliminando a necessidade de contratar externos. No entanto, parece que nenhum deputado considerou essa opção, preferindo violar a constituição e provocar um confronto entre o executivo e o legislativo.
E tudo isso, por uma questão ridiculamente insignificante que nem sequer mereceria discussão. Em vez disso, os partidos políticos parecem determinados a desperdiçar o valioso tempo do supremo tribunal, cientes de que o executivo ganhará o caso.