Erro de Transfusão Resulta em Tragédia
Uma tragédia abalou a comunidade de Nicosia, no norte, com a morte de Ayla Dalgalan, uma professora aposentada de 56 anos. A senhora Dalgalan faleceu após receber uma transfusão de sangue do tipo errado durante um procedimento médico. A polícia turco-cipriota anunciou o ocorrido no domingo, esclarecendo que a vítima estava sob cuidados intensivos no hospital Near East antes de seu falecimento na noite de sábado.
O hospital Near East divulgou que Dalgalan esteve na unidade de terapia intensiva por 12 dias, após ser transferida de outro hospital onde já havia recebido a transfusão incorreta. O erro fatal ocorreu no Centro de Talassemia do hospital Dr. Burhan Nalbantoglu, em Nicosia do Norte.
A União dos Professores Cipriotas Turcos (Ktos) exigiu que o caso fosse investigado, depositando sua confiança na Associação Médica Turco-Cipriota (KTTB) para esclarecer o que chamaram de “uma situação suspeita que custou a vida de uma pessoa”. Os familiares de Dalgalan anunciaram que tomarão medidas legais e a Associação Universal dos Direitos dos Doentes do norte (EHHD) expressou estar “pronta para oferecer todo o apoio necessário na luta”.
A EHHD declarou que a morte de Dalgalan “não é apenas resultado de um erro médico ou negligência por parte de um funcionário, mas sim o resultado de uma série de problemas em várias etapas dos serviços de saúde pública”. Com o crescimento dos problemas econômicos do norte, mais pessoas recorrem aos serviços públicos de saúde, que não fortaleceram sua infraestrutura e pessoal na mesma medida.
A combinação de desordens organizacionais e deficiências no sistema de saúde do país com a falta de legislação para proteger os direitos dos doentes cria um sentimento generalizado de medo e desconfiança nos serviços de saúde entre a população. “Ninguém pode se sentir seguro a menos que os direitos dos pacientes sejam protegidos e a justiça seja feita”, acrescentaram.
Uma possível fonte para tal legislação no norte poderia ser a Carta Europeia dos Direitos dos Pacientes, que inclui um total de 14 direitos e foi escrita pela União Europeia em 2002, com o intuito de fazer parte da “Constituição Europeia”, posteriormente modificada como o Tratado de Lisboa. Os direitos delineados na carta incluem o acesso à saúde e os direitos a medidas preventivas, informação, consentimento, livre escolha, privacidade e confidencialidade, respeito pelo tempo dos pacientes, segurança, reclamação e inovação, entre outros.