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Divisão e Queixas Marcaram a Cena Política em Chipre
A divisão entre a enviada da ONU, Maria Angela Holguin, e o líder cipriota turco, Ersin Tatar, tornou-se mais evidente na terça-feira, quando ambos tornaram públicas as suas queixas mútuas. Em uma entrevista ao Kibris Postasti, Holguin expressou surpresa com a recusa de Tatar em concordar com uma reunião trilateral, que incluiria ela própria, Tatar e o Presidente Nikos Christodoulides. A enviada também propôs uma reunião no formato 5+1, que incluiria os negociadores.
Com um espírito de abertura, Holguin mencionou que o Ministro dos Negócios Estrangeiros da Turquia, Hakan Fidan, mostrou-se disposto a ouvir “com uma mente aberta”. “Não vou comentar propostas específicas, no entanto, continuarei a encontrar-me com as partes, porque não abandonei a esperança”, afirmou.
Por outro lado, Tatar criticou as reuniões de Holguin, afirmando que “ela não pode avaliar a opinião pública indo de porta em porta. Ela não tem esse direito. Não é correto da parte dela ir aos opositores mais extremos e provocar, desafiando a ordem estabelecida do ‘país'”. Tatar acrescentou que é dever de Holguin investigar se existe terreno comum, algo que ele considera já estar claro que não existe.
Entre várias visitas a partes interessadas, Holguin encontrou-se com Sener Levent, jornalista e editor-chefe do jornal cipriota turco Avrupa. Eles reuniram-se num hotel da República por cerca de uma hora, conforme relatado pelo Avrupa. Ela também manteve uma reunião com o ex-líder cipriota turco Mustafa Akinci.
Tatar continuou dizendo que o problema de Chipre não foi resolvido há 60 anos e que Holguin não o resolverá “com uma varinha mágica”. Ele acrescentou que sem um terreno comum, não há ponto em realizar reuniões, e que Holguin não entende a realidade de Chipre.
Na sua entrevista anterior, Holguin disse estar surpresa com a recusa de Tatar “porque devemos dar uma chance à diplomacia. Acredito que o diálogo é sempre necessário porque constrói pontes e abre portas. As decepções acumuladas devem ser curadas. O diálogo é sempre o primeiro passo para resolver problemas porque as pessoas merecem viver sem incertezas e anomalias constantes”.
As declarações de Holguin refletiram o que ela disse em uma entrevista ao Kathimerini, na qual apontou que o governo de Christodoulides tinha uma “imagem muito clara do que poderia desbloquear o processo”. No início desta semana, ela disse que estaria preparando um relatório após sua terceira visita oficial e encontraria com o Secretário-Geral da ONU, António Guterres.
“Ambos os lados devem saber que levo a imparcialidade do meu mandato muito a sério e devem confiar no meu compromisso de refletir a verdade de forma justa e precisa. Como caminho a seguir, solicitei uma reunião no formato 5+1 com os dois líderes e os dois negociadores. Este gesto é o mínimo que pode ser feito pelo povo de Chipre”, concluiu Holguin.
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