Num evento recentemente realizado pela bbf: em Limassol, Ksenia Bitulina, uma especialista em RH com mais de 20 anos de experiência, partilhou uma análise sobre a paisagem em rápida evolução dos espaços tradicionais de escritório na era digital. Com uma carreira que abrange planeamento estratégico, cultura corporativa, marca empregadora e desenvolvimento de talentos em várias indústrias, Bitulina trouxe habilidades de gestão executiva e uma abordagem científica para a discussão do modelo de trabalho híbrido.
Bitulina destacou que cerca de “80% de todas as reuniões são agora realizadas totalmente virtuais ou em formatos híbridos”, evidenciando a crescente aceitação das práticas de trabalho remoto. Para ela, o Escritório do Futuro é concebido como um “terceiro lugar”, um espaço que promove a colaboração e a inteligência coletiva, além de contribuir para o bem-estar e a comunidade.
As empresas envolvidas na construção ou remodelação de escritórios estão a inspirar-se neste conceito de terceiro lugar, projetando locais de trabalho que sejam mais inteligentes, modernos, acolhedores e sustentáveis. Bitulina indicou que os espaços devem promover interações inesperadas com recursos que favoreçam a troca, como corredores amplos, tetos altos, grandes janelas, ar fresco e escadarias.
Os jovens profissionais que ingressaram no mercado de trabalho durante a pandemia veem o escritório em qualquer lugar como a norma, procurando razões convincentes para frequentar espaços físicos de escritório. As estatísticas mostram que apenas 15% preferem trabalhar exclusivamente no escritório, enquanto 28% optam pelo trabalho remoto e 57% favorecem uma abordagem híbrida.
Com previsões indicando que os Gen Z representarão 27% da força de trabalho até 2025, suas prioridades como flexibilidade e equilíbrio entre vida pessoal e profissional tornam-se essenciais para moldar o futuro dos espaços de escritório. Bitulina ressalta que o desafio está em manter um senso de comunidade e colaboração num ambiente de trabalho disperso.
A especialista reforçou que o Escritório do Futuro deverá evoluir para satisfazer as necessidades de uma força de trabalho em mudança, apontando que este local do futuro será uma conexão de inovação, projetada para fomentar ligações e cultivar o bem-estar. “O escritório não é apenas um lugar; é um conceito que incorpora a nossa abordagem ao trabalho e à comunidade”, concluiu Bitulina.