O Primeiro-Ministro georgiano, Irakly Kobakhidze, apelou na sexta-feira a uma revisão das relações com os Estados Unidos após Washington ter ordenado medidas punitivas devido à aprovação de uma lei sobre “agentes estrangeiros”, reportaram agências de notícias russas. “As relações georgiano-americanas devem ser verdadeiramente revistas. Discutiremos isso com o embaixador,” citou a agência de notícias RIA, Kobakhidze, ao falar com jornalistas em Tbilisi.
O primeiro-ministro afirmou que as relações com Washington sofreram sob o anterior embaixador dos EUA devido ao apelo do diplomata para mudanças rápidas e acentuadas na política. O parlamento da Geórgia, controlado pelo partido Sonho Georgiano do primeiro-ministro, aprovou a lei que exige que organizações que recebam mais de 20% do seu financiamento do exterior se registrem como agentes de influência estrangeira.
Protestos de Rua e Reações Internacionais
A legislação desencadeou grandes protestos de rua. Os opositores do projeto de lei, com as suas disposições para requisitos de divulgação onerosos e multas pesadas por violações, dizem que é autoritário e inspirado por legislação semelhante na Rússia. A União Europeia afirma que a lei pode comprometer a candidatura da Geórgia para aderir ao bloco de 27 nações.
O Secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, impôs esta semana restrições de visto e lançou uma revisão da cooperação bilateral. Ele disse que a lei iria “sufocar o exercício das liberdades de associação e expressão” e dificultar o trabalho das organizações de mídia independentes.
O governo de Kobakhidze afirma que o projeto de lei promoverá a transparência e salvaguardará a soberania contra o que diz ser uma tentativa do Ocidente de arrastar a Geórgia para um confronto com a Rússia. O parlamento votou para anular um veto presidencial ao projeto de lei, que desencadeou alguns dos maiores protestos vistos no país do Cáucaso do Sul desde a independência da União Soviética em 1991.