O Conselho de Ministros decidiu na quarta-feira revogar a cidadania cipriota de Jho Low, nascido na Malásia e fugitivo procurado internacionalmente. Embora a decisão tenha sido tomada no ano passado, Low interpôs um recurso, levando um comité independente a reexaminar o caso.
Decisão do Comité e Ação do Governo
Fontes governamentais disseram ao Cyprus Mail que o comité decidiu rejeitar o recurso, levando o ministro do Interior a levar a questão à sessão do Conselho de Ministros de quarta-feira. Foi emitida uma ordem para retirar a cidadania e o passaporte cipriota de Low.
O Conselho de Ministros tomou a sua decisão inicial há pouco mais de um ano, em 15 de maio de 2023. No entanto, os procedimentos foram interrompidos após Low apresentar o seu recurso, que foi submetido ao comité. Este tomou a sua decisão em 17 de maio para rejeitar o recurso.
Histórico do Caso
Low é acusado de desviar 4,5 bilhões de dólares do fundo soberano da Malásia e foi concedida cidadania cipriota em 2015. Embora estivesse sob investigação na época, ele não era oficialmente um homem procurado até outubro de 2016, quando a Interpol emitiu um aviso vermelho contra ele. Após as eleições malaias em 2018, o novo governo reabriu uma investigação e emitiu mandados de prisão contra ele.
Apesar de ser sinalizado como de alto risco, mediadores locais apresentaram um pedido em seu nome e, em junho daquele ano, Low transferiu cerca de 6 milhões de euros para uma conta no Banco de Chipre. Low comprou uma mansão à beira-mar em Ayia Napa por 5 milhões de euros e obteve a cidadania. Ele também doou cerca de 310.000 euros ao falecido ex-arcebispo Chrysostomos, que fez uma boa recomendação ao ministério do Interior.
A história veio à tona em 2019, após o agora extinto programa de cidadania por investimento da ilha – também conhecido como esquema dos ‘passaportes dourados’ – ter sido alvo de intenso escrutínio. O empresário malaio permaneceu cidadão cipriota apesar do governo ter iniciado procedimentos para revogar esse status em 2021.