O governo planeia reduzir o imposto sobre o rendimento das empresas em 1% no próximo ano, conforme anunciado pelo Ministro das Finanças Gilles Roth no seu discurso orçamental de março, alinhando-se com o acordo de coligação CSV-DP.
Reações e Críticas
Apesar dos desenvolvimentos positivos nas finanças do Estado no primeiro semestre do ano, os partidos da oposição estão críticos em relação a esta proposta. O Partido Popular Social Cristão (CSV) e o Partido Democrático (DP) apoiam a redução do imposto independentemente das condições financeiras do Estado. A redução de 1% na taxa deverá diminuir a receita estatal em €38 milhões anuais. No entanto, o Ministro Roth argumenta que a redução poderia, em última análise, aumentar a receita, explicando que impostos mais baixos não significam necessariamente menos rendimento.
Franz Fayot, do Partido Socialista dos Trabalhadores do Luxemburgo (LSAP), é céptico, desconsiderando o efeito de “trickle-down” como um mito. Ele destacou que o aumento do crescimento tem custos e externalidades associadas. A deputada do Partido Verde, Sam Tanson, também aconselhou cautela, enfatizando a necessidade de manter a receita à luz das crises em curso.
O deputado do Partido Pirata, Sven Clement, sublinhou a importância da competitividade, mas destacou a necessidade de um pagamento equitativo de impostos. Ele apontou que as pequenas empresas pagam a taxa completa, enquanto as grandes empresas podem permitir-se otimizações fiscais. Clement defende o alinhamento dos pagamentos fiscais reais com as taxas estipuladas.
Contexto Atual
Atualmente, a taxa de imposto sobre o rendimento das empresas no Luxemburgo é de 15% para empresas com rendimentos tributáveis inferiores a €175.000 e 17% para aquelas com rendimentos superiores a €200.000. Além disso, existe um imposto municipal sobre as empresas, que varia conforme o município: 6,32% na Cidade do Luxemburgo, 7,62% em Esch-sur-Alzette e 8,25% em Wiltz, por exemplo. Desde 2019, a taxa global de imposto para empresas tem sido em torno de 25%, abaixo dos 37,5% em 2001.