O par EUR/USD, que vinha mantendo-se estável, registou uma subida significativa na sexta-feira após a divulgação dos salários Nonfarm dos EUA, que apontaram uma queda inesperada nos Ganhos Médios por Hora e um aumento na Taxa de Desemprego. Estes indicadores sugerem que a Reserva Federal (Fed) poderá iniciar cortes nas taxas de juro mais cedo do que o previsto.
Embora o relatório principal do NFP tenha indicado que a economia dos EUA adicionou 275.000 empregos em fevereiro, superando as expectativas de 200.000, outros dados do relatório do Bureau of Labor Statistics (BLS) revelaram fraquezas no mercado de trabalho. Os Ganhos Médios por Hora, um componente chave da inflação, aumentaram apenas 4,3% em termos anuais e 0,1% mensalmente, ambos abaixo das previsões de 4,4% e 0,3%, respectivamente. A Taxa de Desemprego, por sua vez, subiu para 3,9%, acima dos 3,7% esperados.
Estes dados indicam uma pressão inflacionária menor proveniente dos salários e do baixo desemprego, o que poderá levar a Fed a antecipar a Redução das taxas de juro para mais cedo no ano. Taxas de juro mais baixas têm um impacto negativo no Dólar, pois reduzem os influxos de capital estrangeiro.
Por outro lado, o Euro foi pressionado por comentários de oficiais do Banco Central Europeu (BCE). O Governador do Banco da França e membro do Conselho do BCE, François Villeroy de Galhau, afirmou que um corte na taxa de juro na primavera é agora “muito provável”, acrescentando que “a primavera vai de abril a junho”. Joachim Nagel, Presidente do Bundesbank, também mencionou que “a probabilidade está a aumentar de que possamos ver um corte na taxa de juro antes das férias de verão”, ressaltando que “isso dependerá dos dados, mas as perspectivas estão mais claras”.
Estas visões dovish contrastam com a postura mais cautelosa da Presidente do BCE, Christine Lagarde, que após a reunião do BCE na quinta-feira, indicou que junho seria a próxima data importante para revisão da política de taxas de juro. O Euro está em declínio à medida que taxas de juro mais baixas diminuem a atratividade da moeda como destino para o capital dos investidores estrangeiros.
De uma perspectiva técnica, o EUR/USD recuperou-se após um recuo, subindo para a casa dos 1.0900 a partir das mínimas de 1.0600 em fevereiro. A sequência de picos e vales ascendentes sugere que uma tendência de alta de curto prazo está em progresso, favorecendo ligeiramente os touros. Contudo, há sinais de que um recuo poderá estar a desdobrar-se. O Indicador de Força Relativa (RSI) saiu da zona de sobrevenda, emitindo um sinal de venda, enquanto o par pode ter completado um padrão de movimento medido ABC de três ondas nos recentes máximos de 1.0956, indicando que uma correção pode estar em curso.
(Fonte: OANDA)
