Um significativo investimento tem sido realizado para o desenvolvimento turístico, abrangendo desde hotéis até locais de entretenimento de qualidade e, ainda mais importante, abordando a melhoria do pessoal, da comida e do serviço. Nos anos anteriores, as chegadas de turistas aumentaram aproximadamente 8% ao ano e, juntamente com a flexibilização do planejamento concedida pelo então governo, quase todos os hotéis e estabelecimentos turísticos expandiram ou atualizaram suas instalações para satisfazer tanto a demanda crescente quanto a competitividade de Chipre no mercado internacional.
Empréstimos foram garantidos, assim como pagamentos antecipados fornecidos pelos operadores turísticos na esperança de uma bonança a médio prazo. A atualização é notável, mas o mercado turístico internacional em relação a Chipre mudou repentinamente. Nossos concorrentes, como Turquia, Egito, Grécia, etc., recuperaram-se, reivindicando sua fatia do comércio turístico.
Desafios no Mercado Turístico
Para este fim, além dos preços com desconto oferecidos por esses destinos, a falta de voos diretos das principais cidades europeias para Chipre e o fechamento de algumas companhias aéreas, a taxa de câmbio mais baixa da nossa moeda em relação aos nossos concorrentes não ajudou, assim como a escassez de mão-de-obra na indústria turística. Essas circunstâncias encorajaram os operadores turísticos a pedir mais e mais descontos para reduzir a diferença entre Chipre e os outros países.
Apesar disso, a distância de Chipre dos destinos urbanos europeus com voos diretos limitados, por exemplo, 1 hora para Espanha e 3-5 horas para Chipre, afeta as chegadas em Chipre. Além disso, com base nas estatísticas, o poder de gasto dos turistas, bem como a duração da estadia, estão diminuindo. A competição está aumentando também nas áreas ocupadas pela Turquia, com preços mais baixos e com a tolerância do governo cipriota.
Depois de muitos anos de estagnação na qualidade da indústria turística e tendo conseguido atualizar nosso produto cipriota até certo ponto, agora estamos enfrentando problemas. Não é irracional dizer que projetos turísticos lucrativos podem falir, já que o comércio turístico não se baseia apenas na demanda local, mas também nos eventos internacionais.
Sem Subsídios Aéreos
Sendo membro da UE, estamos restritos pelas políticas que não permitem subsidiar companhias aéreas nacionais para fornecer tarifas aéreas mais baratas. Além disso, as condições climáticas com o aumento notável da temperatura nos países do norte da Europa não ajudam na atração do “sol e mar”.
Os retornos dos hotéis variam de tempos em tempos, mas em média os hotéis cipriotas mostram um retorno de 10%, que é uma meta razoável. Em casos de aumento da lucratividade com projeções e perspectivas positivas, isso pode ser reduzido para cerca de 8% e no lado oposto para cerca de 12%.
Qualquer plano de negócios depende de projeções baseadas em suposições razoáveis e dados, mas o mercado turístico local é tão volátil que o risco é relativamente alto. Não é como o mercado imobiliário que pode ser vendido posteriormente, já que os custos dos negócios hoteleiros devem ser garantidos dentro da temporada.
O mercado imobiliário está diretamente relacionado ao sucesso ou não da indústria turística, tendo em mente que 70% das vendas imobiliárias (em termos de valor) vêm do mercado estrangeiro. O mercado chinês está se movendo em direção ao investimento turístico/hoteleiro e os vários hotéis em Larnaca, bem como um grande na área de Sotira.
Pode-se considerar que os retornos mostrados acima são altos, em oposição à falta de investimentos alternativos em Chipre, bem como às baixas taxas de depósito (1%-2%) e com vários bancos locais sem um futuro seguro.
Não há uma situação ganha-ganha e, tendo em mente o montante relativamente grande de investimento necessário para tais projetos, os retornos citados são pelo menos uma expectativa razoável. “Basta uma bomba à beira-mar no Egito para reverter a demanda turística e beneficiar outros países, assim como basta um combate aéreo acidental entre Grécia/Turquia para ter os mesmos efeitos, causando prejuízos a Chipre”, disse-nos um operador turístico.
Acrescentando aos vários problemas que a indústria hoteleira cipriota enfrenta, temos agora a tendência do Airbnb e aluguéis privados que representam aproximadamente 30%-40% dos visitantes.
Circunstâncias internacionais podem fazer com que tais investimentos fracassem, mas parte da culpa recai sobre os ombros dos investidores hoteleiros e também dos sindicatos que agora estão fazendo reivindicações adicionais.
Por Antonis Loizou F.R.I.C.S. – Antonis Loizou & Associates EPE – Avaliadores Imobiliários, Consultores Imobiliários & Agentes Imobiliários
