O partido da oposição Akel reforçou, na passada segunda-feira, o seu apelo ao governo para que tome medidas eficazes na redução dos custos da eletricidade para as famílias e empresas, exigindo também que seja esclarecido o caso do terminal de gás natural liquefeito (GNL) em Vasiliko.
Stefanos Stefanou, líder do Akel, expressou estas preocupações após um encontro com a direção da Empresa Pública de Gás Natural (Defa). Stefanou defendeu que Chipre deve transitar para a utilização de gás natural na produção de eletricidade o mais rapidamente possível, uma vez que os custos associados à queima de fuelóleo pesado estão a tornar-se proibitivos. “Só no ano passado, pagámos cerca de 350 milhões de euros em licenças de emissão de gases com efeito de estufa […] é imperativo que [o terminal de GNL] seja concluído o quanto antes”, afirmou.
O líder do partido comunista sublinhou que insistirá até ao fim numa investigação completa sobre as circunstâncias do acordo celebrado entre as autoridades cipriotas e o consórcio liderado pela China encarregado de construir o terminal de GNL. “Finalmente, neste país, alguns precisam ser responsabilizados e punidos”, disse ele. O parlamento continuará a investigar este “escândalo”, mas a responsabilidade agora recai sobre o governo.
Stefanou mencionou ainda que o Akel apresentou ao governo várias propostas para aliviar os consumidores afetados pelos elevados custos de eletricidade. “Pedimos ao governo que tome a iniciativa de reduzir o IVA sobre a eletricidade de 19% para 9% […] algo que o parlamento votou, por iniciativa do Akel. No entanto, essa decisão foi considerada inconstitucional, e é por isso que queremos que o governo assuma essa responsabilidade.”
De acordo com os cálculos do próprio Akel, o Estado tem capacidade para reduzir o IVA sobre a eletricidade, dado que, por outro lado, tem obtido receitas fiscais aumentadas com as vendas de combustível. O partido comunista quer também um imposto sobre os lucros extraordinários dos bancos e empresas energéticas, com as receitas a serem distribuídas ao público de forma direcionada.
Atualmente, o índice de ‘pobreza energética’ em Chipre continua bem acima da média da UE. O Akel apelou ainda ao governo para promover concursos competitivos para as energias renováveis. Stefanou observou que, nos países onde tais concursos foram realizados, os preços da eletricidade diminuíram.
“Estas e outras medidas poderiam ser implementadas em breve pelo governo. O que é necessário é vontade política, que, para ser honesto, até agora não vimos”, concluiu Stefanou. Por fim, o líder do Akel pediu uma extensão dos subsídios à eletricidade, cujo término está previsto para o final de março.