A Ordem dos Advogados de Chipre Critica o Governo
A Ordem dos Advogados de Chipre (CBA) criticou severamente a abordagem do governo na criação de uma autoridade de supervisão, acusando-o de falta de seriedade. Esta posição foi tomada após uma apresentação no ministério das finanças sobre a autoridade de supervisão, que tem sido alvo de controvérsia e foi aprovada pelo gabinete no mês passado.
O objetivo declarado da nova entidade é “limpar o nome do país” após uma série de sanções e a mancha persistente de lavagem de dinheiro, conforme relatado pelo Cyprus Confidential. No entanto, a Ordem dos Advogados aponta que o quadro legal proposto apresenta problemas e acusa o ministério das finanças de não avaliar nem apresentar adequadamente ao gabinete “assuntos importantes”, resultando em fraquezas graves na implementação da decisão.
Entre os convidados para a apresentação estavam associações de contabilistas (Selk), a própria Ordem dos Advogados, a unidade anti-lavagem de dinheiro (Mokas), a associação fiduciária (Cyfa) e a Comissão de Valores Mobiliários e Câmbio (CySEC).
Numa tentativa de reforçar a sua posição, a CBA afirmou que o ministério enviou aos stakeholders o documento errado sobre os planos para a nova autoridade, demonstrando assim que “infelizmente, parece que o ministério das finanças não está abordando isso com a devida seriedade”.
A CBA discordou do quadro existente, posição partilhada por vários outros stakeholders. Após duas horas de discussão, ficou claro que a CySEC não será responsável pela supervisão das 50 maiores empresas do setor de serviços ou empresas de alto risco, contrariamente ao que se entendia anteriormente.
O Ministro das Finanças, Makis Keravnos, havia anunciado que a autoridade seria liderada pela CySEC e realizaria verificações em conjunto com a CBA e Selk. No entanto, a CBA apela ao presidente e ao gabinete “pela enésima vez, para reconsiderarem suas decisões e buscarem responsabilidade pela total falta de seriedade“.
Um dos maiores pontos de discórdia levantados pela CBA é que o envolvimento da CySEC viola a confidencialidade do cliente. A associação defende que é a CBA, por lei, a autoridade designada para supervisionar seus membros e nega acusações de que sua reticência esteja ligada a motivos ocultos. A Selk também criticou anteriormente o ministério por não os consultar antes de criar o quadro legal, que agora foi encaminhado ao parlamento.