Procura de diretor executivo da Boeing
Na sequência de um período conturbado sob a liderança do CEO Dave Calhoun, a Boeing, fabricante de aviões com problemas, iniciou a procura de um novo líder. A empresa enfrenta uma crise crescente, exacerbada por um incidente em janeiro com um painel que se soltou em pleno voo de um avião 737 MAX. A mudança na liderança vem na esteira de pressões crescentes por parte de companhias aéreas, reguladores e investidores.
O sucessor de Calhoun terá uma série de desafios pela frente, incluindo a melhoria da cultura de segurança da empresa, a resolução de questões de qualidade e a reconquista da confiança dos reguladores, clientes e do público em geral. Além disso, a Boeing terá que cumprir metas de aumento de produção e melhoria do fluxo de caixa enquanto tenta reduzir dívidas e recuperar terreno contra a rival europeia Airbus.
Recentemente, Stephanie Pope foi apontada como uma possível futura líder ao ser nomeada diretora operacional após um período de sucesso à frente da divisão de serviços da Boeing. No entanto, com a sua recente nomeação como chefe da divisão de aviões comerciais da Boeing, substituindo Stan Deal que se aposenta, a possibilidade de Pope assumir o cargo máximo parece agora menos provável.
GE, SPIRIT CEOS
Entre os nomes mencionados como possíveis candidatos externos está Larry Culp, CEO da GE, conhecido por dividir o conglomerado histórico em três empresas públicas. Contudo, Culp reiterou recentemente o seu compromisso com a liderança da GE Aerospace. Outro nome é o de Pat Shanahan, ex-executivo da Boeing e ex-secretário de Defesa dos EUA, atualmente à frente da Spirit Aerosystems, fornecedora do fuselagem do MAX que enfrenta dificuldades.
OUTRAS OPÇÕES
Greg Smith, ex-diretor financeiro da Boeing e atual presidente da American Airlines, também é citado como possível candidato ao retorno. David Gitlin, membro do conselho da Boeing e atual chefe do grupo Carrier Global, é outro nome mencionado, embora não esteja claro se estaria disposto a deixar sua posição atual.
Analistas sugerem que a Boeing pode preferir uma ruptura definitiva para conter as críticas relacionadas à segurança. No entanto, sindicatos expressam o desejo por um retorno às origens, após críticas generalizadas de que a empresa priorizou o valor para os acionistas em detrimento da qualidade e segurança. Ray Goforth, diretor executivo de um sindicato-chave na Boeing e na Spirit, defende que o próximo CEO da Boeing deve ser um engenheiro, relembrando os tempos em que a empresa prosperou sob liderança técnica.