As Políticas Fiscais na Era Biden: Entre Reduções e Aumentos
Numa recente análise preparada para o The New York Times pelo Urban-Brookings Tax Policy Center, um centro de pensamento apartidário, emergiu uma perspetiva inesperada sobre as políticas fiscais do presidente Biden. Contra a corrente das suas propostas iniciais, que incluíam aumentos de impostos para corporações e indivíduos abastados, a realidade mostra que Biden tem sido um agente de reduções de impostos.
As reduções fiscais implementadas pela administração atual abrangem incentivos destinados a estimular investimentos empresariais e a diminuir o custo de produtos energeticamente eficientes, como carros elétricos, para os consumidores. Por outro lado, as medidas que visam aumentar a carga tributária incluem um novo imposto sobre recompras de ações e um imposto mínimo sobre o rendimento corporativo.
Ao somar as reduções de impostos e os aumentos de impostos, verifica-se uma redução líquida nas receitas federais na ordem dos 600 mil milhões de dólares ao longo de quatro anos, relativamente à linha de base. Este resultado surpreendente deve-se em grande parte a um fato político simples: Biden não conseguiu aprovar grande parte da sua agenda fiscal, especialmente no que toca ao aumento dos impostos corporativos.
Jim Tankersley do The Times apontou que a análise indica que muito da retórica política em torno das políticas fiscais de Biden não corresponde à realidade. “É claro por essa medida que o seu registo não correspondeu às suas próprias ambições de taxar os ricos e grandes empresas — ou às tentativas dos Republicanos de caricaturá-lo como um liberal que apenas quer aumentar impostos e gastar”, escreveu ele na segunda-feira.
Este panorama sugere que as dinâmicas políticas podem muitas vezes distorcer as intenções e os resultados das políticas implementadas, levantando questões sobre a complexidade da governação fiscal numa economia globalizada e em constante mudança.