Evacuações em Massa na Rússia e Cazaquistão Devido a Inundações Históricas
Os rios Ural e Tobol atingiram os níveis mais elevados jamais registados, desencadeando uma resposta de emergência sem precedentes. Mais de 100 000 pessoas foram obrigadas a evacuar na Rússia e no Cazaquistão devido a graves inundações causadas pelo rápido degelo da neve. As águas crescentes romperam as defesas e submergiram cidades inteiras, deixando os residentes em busca de refúgio.
Na sexta-feira, o rio Ural, o terceiro maior da Europa, transbordou e rompeu uma barragem de aterro, inundando a cidade de Orsk, ao sul dos Montes Urais. A situação agravou-se com o aumento do nível da água em Orenburg, uma cidade com cerca de 550.000 habitantes, onde as pessoas foram vistas a navegar pelas ruas transformadas em rios.
As sirenes soaram em Kurgan, alertando para evacuações imediatas, enquanto Tyumen, uma região produtora de petróleo na Sibéria Ocidental, declarou estado de emergência. “Os dias difíceis ainda estão por vir para as regiões de Kurgan e Tyumen”, afirmou Dmitry Peskov, porta-voz do Kremlin. O presidente Vladimir Putin manteve-se informado sobre a situação, mas não planeia visitar imediatamente as zonas afetadas.
No Cazaquistão, o presidente Kassym-Jomart Tokayev relatou que as inundações podem ser as piores em 80 anos, com mais de 86.000 pessoas evacuadas. As áreas mais afetadas incluem Atyrau e outras regiões que fazem fronteira com a Rússia e são atravessadas por rios que se originam no território russo.
Em Orsk, a frustração dos cidadãos foi evidente quando centenas clamaram por ajuda ao governo central, expressando descontentamento com a resposta local. Enquanto isso, imagens de drones mostravam casas tradicionais russas e igrejas ortodoxas cercadas por água em Kurgan.
O governador de Kurgan, Vadim Shumkov, apelou aos residentes para levarem a sério os avisos de evacuação. “É melhor rirmos juntos dos hidrologistas mais tarde e agradecermos a Deus pelo milagre da nossa salvação comum. Mas façamos isso vivos”, disse Shumkov.
Enquanto os esforços de fortalecimento das barragens continuam, as autoridades alertam para o risco crescente nas regiões afetadas. Ainda não está claro por que as inundações deste ano são tão severas, mas cientistas apontam que as mudanças climáticas têm tornado eventos extremos como este mais frequentes em todo o mundo.