O Japão lamentou o facto de os EUA terem uma perceção errada
Numa conferência de imprensa regular, o porta-voz do governo japonês expressou descontentamento com as recentes declarações do Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden. O comentário do Presidente Joe Biden de que a “xenofobia” está a impedir o crescimento económico do país asiático foi classificado como “lamentável”. Yoshimasa Hayashi, Secretário-Chefe do Gabinete, afirmou que as observações de Biden não refletem uma compreensão correta da política japonesa e que o Japão apresentou representações aos Estados Unidos expressando seu desagrado.
Apesar da crítica, Hayashi foi rápido em reforçar a força dos laços entre o Japão e seu aliado de segurança, os Estados Unidos, sublinhando que Tóquio está empenhado em fortalecer ainda mais essa relação. No evento de angariação de fundos em Washington, Biden destacou a importância da imigração para o crescimento económico dos EUA, contrastando com a situação em países como China, Japão, Rússia e Índia, onde, segundo ele, a xenofobia tem limitado esse crescimento.
O Japão, que valoriza sua homogeneidade cultural, tem historicamente uma postura cautelosa em relação à imigração. Contudo, enfrenta desafios demográficos significativos, como uma taxa de natalidade decrescente e uma população que envelhece rapidamente, apontando para uma escassez de mão-de-obra nas próximas décadas. Em entrevista à Newsweek, o Primeiro-Ministro japonês Fumio Kishida mencionou a possibilidade de convidar trabalhadores qualificados para o país, mas descartou a implementação de um programa amplo de imigração.
Kishida reconheceu que ainda existe resistência dentro da sociedade japonesa à ideia de uma imigração laboral contínua e indefinida do exterior. A posição do Japão reflete um equilíbrio delicado entre a necessidade de revitalizar sua força de trabalho e a preservação de sua identidade cultural.