**Regulamentação Financeira: Autoridade do Reino Unido Aberta a Mudanças no Modelo de Free Banking**
A Autoridade de Conduta Financeira (FCA) do Reino Unido sinalizou que não se oporia a uma revisão do modelo de free banking no país, caso os bancos decidam introduzir tarifas bancárias para contas correntes como forma de compensar os custos crescentes de regulamentação. Nikhil Rathi, CEO da FCA, em preparação para um discurso na quinta-feira, defendeu a iniciativa da entidade em priorizar a proteção ao cliente de varejo por meio das regras do Dever do Consumidor.
Rathi mencionou que, embora tenha ouvido preocupações sobre o papel da regulamentação pressionando os modelos de negócios e as margens bancárias, a FCA não impediria mudanças necessárias em resposta à concorrência e às transformações do mercado. Ele ressaltou que o modelo atual de contas gratuitas, desde que o cliente esteja no crédito, é uma decisão comercial e de mercado, e não um requisito regulatório, exceto para contas bancárias básicas.
Grupos de interesse do consumidor criticaram os comentários de Rathi, apontando que as margens bancárias não estão sendo comprimidas, já que os bancos têm desfrutado de lucros recordes impulsionados por taxas de juros mais altas, que não são repassadas aos depositantes. Simon Youel, chefe de política e advocacia da Positive Money, descreveu a possível reforma como “extremamente preocupante”.
Rathi também mencionou que a aplicação do Dever do Consumidor poderia reduzir as taxas de compensação impostas às firmas financeiras. A FCA seria “pragmática” na aplicação dessas regras, abordando violações que representem o maior risco de dano, mas olhando “favoravelmente para as empresas que fizeram esforços razoáveis para atender às preocupações”.
Além disso, Rathi destacou que a FCA visa “obter clareza mais cedo do que em eventos anteriores de reparação” sobre a escala de danos ao consumidor por possíveis cobranças excessivas no financiamento de veículos. Grandes bancos britânicos já reservaram centenas de milhões de libras para possíveis reparações ligadas à investigação da FCA, com estimativas de custos potenciais podendo chegar a 2 bilhões de libras.
A FCA também expressou que não tem o instinto de buscar uma regulamentação imediata dos avanços em inteligência artificial (IA) nos serviços financeiros, adotando uma abordagem mais cautelosa e baseada em dados.