Chipre do Norte: Porto Seguro para Fugitivos e Criminosos Internacionais

Numa revelação preocupante para a comunidade internacional, o Chipre do Norte está a ser cada vez mais reconhecido como um refúgio para criminosos que procuram escapar à lei. Nos últimos 20 meses, pelo menos 11 fugitivos procurados pela Interpol foram localizados nesta área não reconhecida, que não possui tratados de extradição em vigor, exceto com a Turquia.

Entre os fugitivos encontram-se figuras notórias do submundo do crime, como o chefe da máfia australiana Mark Douglas Buddle, o barão da droga russo Viktor Panyushin, o criminoso chinês Yanxi Xia, também conhecido como Arman Kaya, e o mafioso italiano Sebastiano Claudio Saia. Estes indivíduos adquiriram propriedades imobiliárias e estabeleceram negócios no Chipre do Norte após obterem permissões de residência da administração cipriota turca.

A falta de reconhecimento internacional do Chipre do Norte significa que não há supervisão de instituições internacionais e que as leis e a ordem legal internacionais não são aplicáveis. Esta situação, aliada à falta de controlos adequados sobre quem entra no país e sobre as suas atividades, transformou o norte da ilha num local onde os fugitivos podem facilmente esconder-se.

O oligarca moldavo Vladimir Plahotniuc, sancionado pelos EUA e pela UE e procurado por crimes como desfalque de fundos estatais, fraude e suborno, é acreditado estar escondido no Chipre do Norte.

De acordo com o Índice Global de Crime Organizado de 2023, o crime organizado, o tráfico humano, sexual e de drogas, a lavagem de dinheiro e as redes de jogos de azar operam na região com impunidade. Um estudo sobre corrupção baseado na metodologia do Índice de Percepções de Corrupção da Transparência Internacional revelou que 40% dos executivos entrevistados recorreram ao suborno no último ano.

O fluxo descontrolado de indivíduos para o norte também representa uma ameaça à segurança. Shamil Kalaev, membro da organização terrorista Estado Islâmico Isis, foi um dos 11 procurados pela Interpol detidos na região. Além disso, foram deportadas 21 outras pessoas por motivos como “ameaçar a ordem pública e a lei” e “conspiração”.

A facilidade com que os vistos de estudante são emitidos e a falta de um quadro legal adequado transformaram as universidades numa porta dos fundos para entrar no país. Atualmente existem 23 universidades no Chipre do Norte que acolhem quase 110.000 estudantes, muitos dos quais são considerados “passivos”, ou seja, não frequentam as aulas apesar de terem entrado no país com vistos de estudante.

As autoridades estão agora a pedir medidas urgentes para aumentar os controlos na entrada do país e combater este crescente problema.

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Qual é a probabilidade de Chipre do Norte continuar a ser um porto seguro para criminosos devido à sua falta de reconhecimento internacional e controlo adequado?

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