UE Avança na Confiscação de Ativos Russos
A União Europeia deverá estar mais perto de confiscar os lucros de cerca de 0 mil milhões de euros de activos russos congelados desde a invasão da Ucrânia em fevereiro de 2022. Os dirigentes da UE pretendem enviar o dinheiro confiscado à Ucrânia, mas enfrentam desafios jurídicos complexos para determinar como isso será feito, estabelecendo um precedente que poderá ser controverso.
Entre as opções em discussão, está a de sifonar os lucros dos ativos quando estes atingirem a maturidade, convertendo-os em dinheiro que normalmente seria reinvestido. A Comissão Europeia propôs “cercar” os lucros gerados pelos ativos congelados a partir de meados de fevereiro deste ano, sem tocar no capital. Uma vez aprovada formalmente pelos governos da UE nas próximas semanas, a Ucrânia poderia receber entre 2,5 e 3 mil milhões de euros líquidos por ano desses lucros apreendidos. A Bélgica, que cobrará o imposto sobre os lucros, planeia enviar 1,5 mil milhões de euros à Ucrânia imediatamente e os restantes 200 milhões em 2025.
A Euroclear, responsável pela custódia dos valores, reterá 3% dos lucros para despesas operacionais e temporariamente 10% para cobrir custos de litígios esperados, caso Moscovo recorra aos tribunais. A instituição não espera recuperar os 33 mil milhões de euros que tem na conta do depósito central de valores mobiliários russo em Moscou, tendo em vista as mais de 100 ações judiciais já apresentadas contra ela na Rússia.
Outra abordagem seria a confiscação total das reservas russas sob uma doutrina do direito internacional conhecida como “contramedidas”. No entanto, países europeus e o Banco Central Europeu argumentam que isso iria contra a norma internacional e poderia ser contestado por Moscovo nos tribunais, pois não existe um meio legal para confiscar ativos soberanos.
Como alternativa, foram sugeridos bônus de reparação, onde a Ucrânia venderia títulos que só seriam pagos se recebesse reparações de guerra da Rússia. Esses títulos não teriam uma reivindicação contratual sobre as reservas congeladas do Kremlin, mas poderiam ser uma fonte provável de dinheiro para pagar danos.
Por fim, há a ideia de um empréstimo sindicado, onde a Ucrânia poderia comprometer sua reivindicação por reparações contra a Rússia em troca de um empréstimo de um sindicato de aliados. Se Moscovo se recusasse a pagar os danos, os aliados poderiam usar os ativos russos congelados para pagar o empréstimo.
Os líderes da UE continuam a explorar estas opções enquanto buscam formas eficazes e legais para apoiar a Ucrânia com os ativos russos congelados.