Fortalecimento da Colaboração Contra Crimes Financeiros
Chipre e a embaixada dos EUA em Nicósia estão a fortalecer a colaboração para combater o branqueamento de capitais e a fraude financeira, conforme anunciado pelas autoridades dos dois países na terça-feira.
Um comunicado conjunto revelou que o Departamento de Justiça dos Estados Unidos (DOJ) e o Federal Bureau of Investigation (FBI), com o apoio do Departamento de Estado dos EUA através do Bureau of International Narcotics and Law Enforcement Affairs (INL), e a Embaixada dos EUA em Nicósia, iniciaram uma cooperação direta com as autoridades policiais da República de Chipre para reforçar a capacidade de identificar e processar crimes financeiros.
Nos próximos dias, o FBI e a polícia cipriota preveem formalizar esta colaboração através da assinatura de um memorando de entendimento.
Este esforço conjunto incluirá coordenação entre o gabinete do procurador-geral e a unidade de inteligência financeira (Mokas).
O anúncio destacou o compromisso do DOJ em partilhar a sua experiência com os seus homólogos cipriotas em 2024, focando na deteção proativa, investigação e processamento de crimes financeiros ligados a Chipre. Além disso, o DOJ fornecerá assistência processual substancial, sublinhando um investimento significativo dos EUA no reforço das capacidades de Chipre.
Ambas as partes manifestaram entusiasmo pelas perspectivas de uma cooperação mais estreita entre os sistemas de justiça americano e cipriota e antecipam resultados positivos desta colaboração.
Sancionamento de Empresas Cipriotas
Entretanto, como surgiu na segunda-feira, outra empresa com sede em Chipre enfrentou sanções dos EUA devido às suas conexões com o setor financeiro russo.
A Tokentrust Holdings, com sede em Limassol, foi adicionada à lista da Office of Foreign Assets Control (OFAC) de entidades designadas. O endereço da empresa, listado como Lara Court, Arch. Makariou III 276, parece ter ligações com o escritório de advocacia Tsirides em Limassol.
De acordo com a OFAC, a Tokentrust Holdings foi estabelecida em 11 de junho de 2020 e detém a maioria das ações na Atomaiz, uma empresa de fintech sediada em Moscovo.
A embaixadora dos EUA em Chipre, Julie Fisher, observou que a referida empresa é uma das 13 entidades sancionadas incluídas na recente extensão da lista de sanções dos EUA sobre entidades com ligações a oligarcas russos com ligações ao Kremlin.
“Os EUA apreciam a estreita cooperação com as autoridades cipriotas para responsabilizar os evasores de sanções”, publicou Fisher.
No ano passado, o Presidente Nikos Christodoulides estendeu convites a oficiais do FBI e do Departamento de Justiça para auxiliar nas investigações relativas a alegações de prestadores de serviços financeiros cipriotas ajudando oligarcas russos a contornar sanções internacionais.
Apesar de Chipre manter que tem aderido às sanções internacionais impostas à Rússia após a sua invasão da Ucrânia em 2022, os EUA têm-se focado em várias empresas, advogados e contabilistas sediados em Chipre, alegando o seu envolvimento na facilitação da evasão das sanções.